Experts do mercado, Alexandre Greco, Lígia Alface e Artur Monteiro, falam de posicionamento online, como desenvolver autoridade, lançar infoprodutos e alavancar os negócios
Por Yara Achôa, Fitness Brasil
25/8/2021
O digital tornou-se uma grande vitrine para profissionais e empresas mostrarem sua autoridade e gerarem negócios. Quem não está nas principais redes, compartilhando conteúdo, aumentando suas conexões, criando produtos, provavelmente está perdendo dinheiro. A chegada da pandemia, sem dúvida, acelerou o processo de valorizar o marketing digital – que nada mais é do que uma série de ações de comunicação por internet, telefonia celular e outros meios digitais, para divulgar e comercializar produtos ou serviços, conquistando novos clientes e melhorando a rede de relacionamentos.
“Muita gente acredita que presença digital é estar no Facebook e no Instagram. Óbvio que não é só isso”, diz Artur Monteiro, educador físico, empreendedor digital e CEO da plataforma Mães Em Forma. Executiva de contas na Duda (plataforma líder de web design) e fundadora do projeto StartUp Women, Ligia Alface complementa: “Estar nas redes, ter um site próprio e fazer campanhas no Google são importantes para qualquer tipo de negócio.” E, claro, criar conteúdo bom, original e de acordo com seu público. “O que tem de atrativo em um post com um personal fazendo uma série de agachamentos?”, questiona Alexandre Greco, diretor da Greco Fitness, consultoria em negócios fitness, especializada em atendimento ao cliente e estratégias digitais.
No fitness, alguns profissionais e empresas ensaiaram passos e desistiram pelo caminho, outros ainda estão perdidos na grande onda digital, enquanto vários já estão nadando de braçadas. Mas o que é preciso fazer para se ter uma boa presença online no segmento e que reverta em credibilidade, consolidação da marca ou da imagem e vendas? A seguir, os experts do marketing digital dão suas dicas.
1 Você pode começar sozinho
No início talvez seja possível fazer o básico por conta própria. “Tem que se organizar bem, procurar momentos para criar o conteúdo de suas redes ou produtos e ir em frente. Porque sempre é melhor fazer do que não fazer, esperando o cenário ideal”, aconselha Lígia Alface.
Mas se você não tem tempo, conhecimento ou habilidade para o trabalho de marketing, o certo é delegar a profissionais da área. “Muitas empresas não consideram verbas para comunicação, não têm uma pessoa dedicada ou agência e acabam deixando o projeto na mão de um ‘sobrinho que entende de internet’. Daí se frustram com os resultados e ficam com a ideia errada de que o marketing digital não funciona. Costumo dizer que quando quero treinar e melhorar meu desempenho, procuro um profissional com CREF”, reforça a especialista.
2 Saiba com quem vai falar
“Conheça seu cliente melhor do que você mesmo”, ensina Artur Monteiro. Os primeiros passos devem ser na direção de identificar quem mais consome seus serviços e/ ou produtos, onde eles estão e o que esperam de você.
Se a academia, o estúdio ou a prestação de serviços fica em uma área com muitos escritórios, por exemplo, também é interessante pensar em campanhas para atrair esse público próximo. “Muitas vezes queremos inventar moda, sem fazer o arroz com feijão bem-feito”, pontua Ligia.
3 Planeje conteúdos e estratégias
Quem vai cuidar do marketing digital deve ter mais habilidade para construção de estratégias do que linguagem de vendas propriamente dita. É mais engenheiro e menos publicitário.
Para Alexandre Greco, as pessoas não compram simplesmente os serviços e os produtos, e sim a “transformação” que eles prometem. “Funciona bem produzir conteúdo humanizado e que estimule a interação. Depoimentos, boas histórias, por exemplo, levam ao engajamento. É como se eu enxergasse meu sonho na rede social. E isso tem grande poder de venda.”
Um bom conteúdo faz com que o profissional ou a empresa se destaque. Disponibilizado gratuitamente, ajuda a construir sua autoridade. E ao perceber que você entende do assunto, o seguidor vai querer estar cada mais perto e pode virar um cliente quando você decidir comercializar algo.
“A rede social é uma vitrine, onde você mostra quem é e o que faz, desenvolve autoridade, monta sua audiência. É possível construir uma imagem sólida e vender também. É sua profissão e seu negócio. Deixe claro que vai compartilhar conteúdo, mas também vai vender”, explica Monteiro.
Para você se “mostrar” pelas redes sociais, vale o mesmo conselho para escolher suas roupas: use formatos que te deixem confortável, natural e que tenham a ver com seu verdadeiro estilo. “Existem várias formas de produzir conteúdo. Não precisa ir para frente da câmera ou entrar na onda das dancinhas se você não se sente bem dessa forma”, aconselha Lígia.
“Um personal vai além de postar vídeos de exercícios. Ele pode entrevistar uma autoridade de sua área, trazer notícias e pessoas importantes para a construção de sua imagem profissional”, sugere Monteiro.
4 Onde você precisa estar
Instagram, Facebook, Twitter, TikTok, Youtube, LinkedIn. É preciso estar em todas? “Não. Eu diria que hoje as mais importantes são Instagram e Youtube. O primeiro ainda está em uma curva que oscila entre altos e baixos, mas o segundo só sobe! O Facebook encontra-se em baixa, porém há um movimento de estímulo aos grupos na plataforma – e existem grandes grupos –, o que pode ser interessante”, analisa Greco. O especialista diz ainda que vale marcar presença no LinkedIn, se tiver ligação e interesse com o meio corporativo, e Twitter, se tiver tempo de alimentar a rede.
Ligia Alface destaca ainda a importância de se ter um espaço próprio, ou seja, um site. “É sua ‘casa própria’, onde você pode trabalhar seu marketing como bem entender. É um ativo seu!”
5 Tenha paciência
Muita gente começa um projeto de marketing digital na expectativa de dobrar o número de alunos no mês seguinte. Não é bem assim. Os especialistas são unânimes em dizer que o retorno costuma vir de seis meses a um ano, com um trabalho bem-feito. “Não dá para colher antes de plantar”, diz Monteiro.
Greco conta que costuma comparar com a gestão de uma empresa. “Você tem de capacitar os gestores, investir em treinamento, observar comportamentos, ajustar o que for preciso. Fora que o digital é pulsante, muda o tempo todo. Então leva tempo até os resultados aparecerem. O bom é que depois disso, eles começam a ser escaláveis. Se fizer tudo direitinho, dá para chegar a uma larga escala.”
6 Invista em infoprodutos
Existe um bom mercado para infoprodutos. Eles são produtos não tangíveis, informações digitais que podem ser vendidas ou disponibilizadas gratuitamente na forma de arquivo para download na internet, como ebooks, apostilas, cursos, videoaulas, webinars, aplicativos. A proposta é resolver o problema de quem os adquire. E um mesmo produto pode ser replicado praticamente sem custos, gerando grande lucratividade.
Qualquer pessoa que tenha conhecimentos específicos em determinada área ou assunto pode tornar-se um produtor. “Se você já tem autoridade, fica mais fácil vender. O retorno pode acontecer já no primeiro lançamento. Se está começando do zero, antes será preciso construir uma audiência. Quando eu comecei, não tinha verba para tráfego pago, então entrava em determinados grupos e oferecia meus produtos”, conta Artur Monteiro, hoje CEO da plataforma Mães Em Forma, que oferece um mix de produtos digitais e físicos e é um dos mais bem sucedidos cases de negócios fitness online.
Mesmo que você não seja um especialista em algum assunto, também pode se lançar nessa área. “Se você enxergar um problema e sentir que há oportunidade, basta criar o produto”, completa Monteiro.
7 Entre em campo e ajuste aos poucos
Se for esperar as condições ideais, você não sai do lugar. Faça o que consegue, com os recursos que possui. A produção de seus vídeos pode ser caseira, mas é importante não perder de vista que qualidade é importante e faz diferença. “Teste formatos, busque conhecimento. A excelência vem com o tempo”, ensina Monteiro.
“Durante a pandemia, alguns ficaram de braços cruzados, outros iniciaram e desistiram e outros ainda viraram a chave e cresceram. Não importa se você vai assumir seu marketing ou terceirizar, o importante é fazer”, diz Greco. E para isso é preciso investir em conhecimento, que pode ser consumido em forma de cursos gratuitos e pagos com especialistas, mentorias, livros.
8 Aposte em um mix de produtos
Quem possui um único produto ou serviço tende a viver na corda-bamba. “Vai chegar um momento em que o cliente vai perguntar: quais recursos online você tem? É preciso estar preparado”, diz Greco. “Aconselho montar um pacote variado de infoprodutos, mostrando-se um especialista em saúde que pode atender de várias maneiras”, completa Ligia
Na área de emagrecimento, por exemplo, além de produtos focados em exercícios, dá para agregar orientação alimentar, dicas de bem-estar, desenvolvimento pessoal com foco em mudança comportamental. “O público interessado no tema tende a consumir tudo”, diz Monteiro.
9 Não perca mais tempo
Tem aquela academia pequena, aquele gestor com muitos anos de mercado e aquele personal conhecido que acham que marketing digital não se aplica a eles. Mas o fato é: quanto mais demorar para entrar, mais demorados serão os resultados.
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