Sociedade Brasileira de Pediatria sugere atividades como natação, danças, lutas ou esportes coletivos na rotina infantil. Ortopedista pediátrica orienta como devem ser feitos os primeiros incentivos
Yara Achôa, Fitness Brasil
22/10/2021
Evitar comportamentos sedentários é a grande chave para estimular crianças a se exercitarem fisicamente. “Desde o nascimento, pais e cuidadores podem incentivar os bebês a se sentarem, andarem, se movimentarem, conforme forem crescendo”, diz a médica ortopedista pediátrica Natasha Vogel, subespecialista em ortopedia infantil pelo IOT-HC/FMUSP e membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica.Essa missão deve seguir até que os pequenos possam escolher e se identificar com uma prática esportiva.
Além dos benefícios físicos de atividades como natação, lutas, danças e esportes coletivos, o esporte favorece a socialização infantil. “O esporte pode ajudá-las a fazer amigos, trabalhar em equipe, aprender a respeitar os limites com os seus colegas e se respeitar. As regras de cada modalidade esportiva permitirão que as crianças aprendam a se relacionar com os outros, ouvir o outro e ser ouvido. É importante estimular e permitir que os filhos participem de jogos e esportes da escola e da comunidade onde vivem“, fala a ortopedista.
O esporte também impacta positivamente na saúde mental infantil, favorecendo a tomada de decisões, o gerenciamento de frustrações e a solução de problemas.
“As atividades coletivas podem permitir a descoberta de habilidades; desenvolvimento da coordenação motora; aprendizagem quanto aos cuidados referentes a cada atividade, o uso de equipamentos de proteção, o uso de calçado adequado, a importância da hidratação, do aquecimento e do alongamento, além de oferecer momentos de prazer; e um ponto fundamental é a prevenção da obesidade na infância e na vida adulta”, ressalta Natasha.
A importância de ser ativo
Para que o modo de vida ativo seja desejado e praticado pelas crianças, é interessante que as experiências esportivas sejam agradáveis, respeitem a maturidade da criança, sejam seguras e contribuam para o desenvolvimento natural. “Os educadores físicos e os pais, de modo geral, devem oferecer um ambiente de competição saudável para estimular a confiança, a cooperação e uma autoimagem positiva, em vez de visar apenas vencer”, alerta a médica.
Ela diz que, caso a criança não goste de um determinado esporte, o papel dos pais é proporcionar o contato com outras modalidades e explicar sobre a importância, até que o pequeno possa escolher um esporte com o qual se identifique.
O estímulo ao movimento que leva ao prazer – e não à obrigação –, é o caminho para a criança tornar-se um adulto ativo.
Gostou? Compartilhe: