Campanha criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o Dezembro Laranja alerta para o câncer de maior incidência no país. Veja como se prevenir
Yara Achôa, Fitness Brasil
20/12/2021
Em um país tropical, com seus dias ensolarados, algumas das programações prediletas incluem atividades ao ar livre – curtir a praia, passear no parque, caminhar em trilhas. Além disso, existem profissionais que atuam em locais abertos e ficam expostos diariamente aos raios solares por longo período. Com o passar do tempo, o sol pode passar de amigo à vilão, caso haja descuido com a exposição aos raios UV. A exposição excessiva, sem proteção, pode provocar alterações celulares, levando ao desenvolvimento do câncer de pele. Então, no mês de dezembro, a cor que remete ao sol e ao tom dos corpos bronzeados também é sinônimo de luta e proteção com a campanha “Dezembro Laranja” criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele é responsável por 33% dos diagnósticos da doença no Brasil, o que representa cerca de 185 mil novos casos por ano. O tipo não melanoma é o mais frequente no Brasil.
“Pessoas de pele clara, com pintas e manchas, idosos, quem se expôs muito ao sol e quem tem histórico de câncer de pele na família estão mais propensos a desenvolver a doença”, explica o oncologista Caio Neves, do Instituto do Câncer de Brasília (ICB).
O especialista destaca que o diagnóstico precoce é fundamental para a cura. “Em relação ao melanoma, conseguimos curar mais de 90% dos casos, desde que seja diagnosticado e tratado no início. Depois que ele aprofunda na pele, fica mais difícil. E o câncer não melanoma é uma ferida que vai crescendo, estendendo-se cada dia mais. Se você tira no início, não cresce mais e acabou, está curado”, afirma Neves.
A dermatologista Adriana Fernandes, do Grupo São Cristóvão Saúde, aponta alguns sinais que merecem atenção e investigação quando o assunto é câncer de pele:
Lesões que não cicatrizam há mais de um mês |
Pintas que modificam de tamanho, de coloração ou que geram algum desconforto, como dor ou coceira |
Pintas em local de trauma |
Pintas em região da palma das mãos e planta dos pés |
Pintas que surgem na fase adulta |
Lesões em geral que machucam ou incomodam |
Histórico de casos de câncer de pele na família |
Formas de prevenção
“A radiação UVA penetra profundamente na pele e é a principal responsável pelo câncer da pele. Sua intensidade varia pouco ao longo do dia, sendo intensa não somente em dias de sol, mas também com o céu nublado, por isso é fundamental utilizar protetor solar diariamente”, alerta o médico do ICB.
“Pacientes com o tom de pele mais claro, de olhos azuis e albinos têm maior propensão aos cânceres de pele provocados pelo sol, pois não possuem muito pigmento”, diz Adriana. “Já o câncer de pele tipo melanoma é proveniente de pintas e tem uma incidência maior em peles claras, com múltiplas pintas. A incidência também é maior em pacientes imunossuprimidos e com histórico familiar de câncer de pele”, complementa a especialista. Mas como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais alta em todo o planeta, pessoas de todos os fototipos devem estar atentas e protegidas quando expostas ao sol.
Quem tem tatuagem deve redobrar os cuidados, pois as tintas escuras usadas nas imagens podem encobrir possíveis lesões precursoras da doença. “O melanoma, por exemplo, possui uma alteração celular com muito pigmento, assim como as tatuagens, dificultando a análise da estrutura celular durante os exames patológicos”, explica Neves.
No quadro abaixo, a dermatologista Adriana Fernandes aponta atitudes simples que podem ser eficazes na prevenção:
Cultive o hábito de observar os sinais de seu corpo e mantenha sua saúde sempre em dia. Mas lembre-se: nenhum autoexame substitui a avaliação médica. “A consulta com um dermatologista é essencial para o monitoramento de manchas, pintas e sinais que podem identificar o câncer de pele”, finaliza o médico Caio Neves.
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