Por Aylton Figueira Junior, colunista Fitness Brasil
A sedentarização da população mundial é entendida como patologia. No código internacional de doenças (CID), a falta de exercício físico é classificada doença, indicada pelo código Z72.3, derivado da CID10, que se associa com as doenças metabólicas.
Atualmente a inatividade física é causa direta de mais de 5,3 milhões de mortes no mundo por ano! Em associação a esse contexto, o excesso de peso antecipa a mortalidade entre 6 e 15 anos, além de promover sofrimento a diferentes patologias associadas, como a hipertensão, esclerose múltipla, todos os tipos de câncer, esteatose hepática, diabetes tipo 2, dentre outras condições crônicas. O diabetes tipo 2 promoveu 6,1 milhões de mortes em 2021.
Mudança de hábitos
É preciso analisar que no contexto histórico, os últimos 90 anos, foram de profundas mudanças no modo de vida das pessoas, considerando que houve redução do gasto calórico em todos as dimensões do movimento humano (forma de trabalhar, forma de se deslocar, nas atividades em casa e em especial nas atividades de lazer, realizadas no tempo livre).
Portanto, a vida humana passou a ter outra dinâmica, levando a um movo comportamento. O que tem que ficar claro, é que isso é parte do processo adaptativo do comportamento humano, mas não significa que tenhamos que nos conformar com essa condição.
Com essa perspectiva, pesquisadores de diferentes países, com destaque para Claude Bouchard, demonstra forte relação entre porcentagem de pessoas acima do peso saudável em todas as idades e baixo nível de atividade física.
Menos sedentarismo
Antes da pandemia, no Brasil havia 63% de pessoas acima do peso e obesidade, sendo que durante o período da COVID19, o maior crescimento de pessoas acima do peso foi no Brasil, que ao mesmo tempo foi o quarto pais do mundo a aumentar o comportamento sedentário e ter redução geral da prática de exercícios físicos regularmente. Portanto, fica claro, baseado nas evidências científicas, que é necessário reduzir e controlar o excesso de peso e aumentar o nível de atividade física populacional, buscando a prevenção do estado de saúde, resultando na redução do crescimento das doenças das doenças crônicas em todas as idades.
Ao mesmo tempo que esses dados apontam o agravo da condição de saúde populacional, vislumbramos o importante papel do Profissional de Educação Física na prevenção e recuperação das condições de saúde populacional. Em termos práticos o gasto calórico é um importante fator de controle para os profissionais de educação física.
Orientações para a vida
Haverá benefícios para todas as pessoas se aumentarem o gasto calórico semanal, respeitando o que as diretrizes científicas apontam. Essa orientação será importante para o profissional de educação física orientar os clientes e alunos:
- Para controlar o excesso de peso e promover emagrecimento, promover gasto calórico entre 2500 e 300 Kcal por semana.
- Para controlar a glicemia, reduzindo a chance de desenvolver pré-diabetes e o diabetes tipo 2, promover gasto calórico entre 1500 e 2200 Kcal por semana.
- Para controlar o colesterol promover gasto calórico semanal superior a 900 Kcal por semana.
Esses são parâmetros importantes na busca de uma vida mais saudável. Melhorar a estética é um atributo que será a atingido pela constância, pela regularidade, mas a saúde será modificada a curto prazo.
Como disse o grande Usain Bolt: “Eu treinei para anos, para correr 100 metros em 9 segundos. E tem gente que quer resultado em duas semanas”.
A diferença entre o sucesso e a frustração, é o quanto você acredita que conseguirá mudar – e isso é uma questão de comprometimento.
Estimule que seu aluno e cliente se comprometa com ele mesmo!
Sucesso sempre!
Aylton Figueira Junior: formado em Educação Física, mestre e doutor em Adaptação Humana, saúde e atividade física pela UNICAMP, docente do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu. Membro do American College of Sports Medicine e Japan Society of Exercise Fisiology. Autor de oito livros, 24 capítulos e mais de 400 artigos científicos. Criador da certificação PROFISSIONAL DO FUTURO. Sócio proprietário da Clínica Ostheos-Equilibrio Físico. Instagram @ayltonfigueira.dr
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