Por Eduardo Netto, colunista Fitness Brasil
Nosso setor foi um dos mais atingidos pela COVID-19, e está em recuperação, provavelmente, até o final deste ano. Não existe dúvida quanto ao valor que as academias e estúdios proporcionam em termos de variedade, experiência, programação e socialização, e, mesmo com a recuperação lenta, mas constante, nossos serviços tendem a ganhar relevância. Aqui estão duas oportunidades para aproveitar o cenário fitness em contínua transformação, necessárias para que possamos prosperar no futuro:
1. Posicionamento de Saúde e Bem-Estar
O conceito de que EXERCÍCIO é remédio e o posicionamento da aptidão física como parte da saúde tem chamado a atenção de toda a população. Com mais pessoas reconhecendo a importância da atividade física para manter o sistema imunológico forte e reduzir os riscos de doenças, nossos serviços têm a oportunidade de reunir um público maior de novos alunos que buscam saúde e qualidade de vida. Contudo, temos que reconhecer que, para alcançarem esses resultados, nossos clientes devem encontrar harmonia entre os vários componentes da vida: nutrição, movimento, sono, controle do estresse, engajamento social e saúde mental.
Fornecer uma abordagem holística por meio de ofertas incluindo programas de bem-estar, aulas de mindfulness, educação nutricional e outros serviços são maneiras simples de fornecer inúmeras opções com foco em saúde e bem-estar.
Temos a obrigação de conceder ao cliente todos os aspectos da saúde e do bem-estar. Isto é, se quisermos que nossos clientes permaneçam conosco por muito tempo, devemos fornecer educação e ferramentas para que eles melhorem todos os pilares da saúde.
Nesse novo cenário, a preocupação é com a saúde, portanto, os serviços devem enfatizar a prevenção, e temos a oportunidade de oferecer ferramentas impactantes para ajudar nossa sociedade a preservar sua longevidade e promover o bem-estar.
2. Fitness híbrido
Embora os clientes tenham adotado prontamente as novas opções de exercícios no formato digital, o mesmo não ocorreu com a grande maioria dos estabelecimentos do país, provavelmente, pelo receio de que os serviços digitais desvalorizassem a experiência presencial ou por acreditarem que seria algo complexo. No entanto, podemos afirmar que se trata de uma opção que complementa, ao invés de substituir a experiência física.
É imprescindível oferecer uma proposta digital com a qual nossos clientes possam se envolver a qualquer hora ou lugar, e que complemente ou substitua temporariamente as idas e experiências presenciais às nossas instalações. Essa oferta digital pode incluir: aulas coletivas, sessões de meditação, treinamento em pequenos grupos, personal training e muito mais, o que pode favorecer o negócio e atrair novos usuários, além de manter os tradicionais frequentadores. O foco deve ser aprimorar o envolvimento dos clientes e implementar um modelo omnichannel, ou até mesmo buscar outros atributos que os afastem dos concorrentes 100% digitais.
Muitos clientes descobriram que é possível treinar virtualmente, mas posso afirmar que não substituirá o treino presencial, pois é apenas uma atividade complementar. Acima de tudo, acredito que o componente humano fará a diferença para a indústria de fitness atual e do futuro.
Eduardo Netto é profissional de Educação Física formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com mestrado em Ciência da Motricidade e pós-graduado em Fisiologia do Exercício. Referência no mercado fitness, está na área há 36 anos e é o precursor da aula de localizada no Brasil. Atuou por mais de 25 anos como professor de ginástica localizada e, por muitos outros, como professor universitário. Acumula passagens importantes como palestrante dos principais congressos de fitness no Brasil e no mundo, além da autoria de quatro livros e de um canal no YouTube, em que compartilha sua experiência abordando diversos temas. Atualmente, é sócio e diretor técnico da rede Bodytech
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