Por Eduardo Netto, colunista Fitness Brasil
Todo início de temporada temos acesso as listas de previsões das tendências fitness. E o mais interessante é que, independente da região do mundo que seu negócio esteja presente, existe um direcionamento consistente em todas elas – a necessidade de adequação ao modelo híbrido. O fitness digital é realmente uma “tendência” ou agora é uma questão de sobrevivência?
Todos temos consciência de que o fitness digital está presente há algum tempo, mas a pandemia e suas restrições e decretos impostos pelas autoridades à nossa indústria trouxe à frente e ao centro das nossas atenções. Em virtude da pandemia, os profissionais e serviços fitness tiveram que se adaptar e migrar para o atendimento remoto para prescrever treinos, realizar aulas individuais ou em grupo. A adoção da tecnologia na prestação de nossos serviços atingiu números nunca pensados. Tanto as academias quanto os profissionais do setor foram extremamente inovadores, uma vez que fomos obrigados a oferecer novas formas de se exercitar. Fizemos tudo de maneira rápida e eficiente.
Solução para muitos
Acredito que o modelo híbrido veio para ficar e deve crescer ainda mais nos próximos anos, mesmo com o fim da pandemia. A tendência de combinar as experiências presenciais e virtuais devem se tornar cada vez mais frequentes e será uma solução para as pessoas que não conseguem frequentar a academia todos os dias.
Embora o online possibilite alternativas, ele não pode ser comparado aos treinamentos presenciais. Academias e estúdios de ginásticas oferecem ambientes totalmente adequados: com instalações, equipamentos, segurança e conforto, além da supervisão de profissionais qualificados que trazem um enorme diferencial. No treinamento virtual, existem algumas barreiras, tais como, o ambiente inadequado, a falta de privacidade a até a dificuldade de vencer a preguiça.
Por isso, a tendência do fitness híbrido deve se tornar uma das opções mais viáveis para muitas pessoas. O modelo de serviço híbrido será imperativo, os consumidores desejam conveniência, acessibilidade e a opção para escolher quando, onde e como treinar. Nossos clientes tendem a partir da experiência vivida durante esse período de pandemia, combinar a experiência presencial com as transmissões de treinos e conteúdos. E a combinação dos métodos tende a ser o novo normal.
Janela de oportunidades
Apesar de todas as dificuldades que ainda estamos enfrentando, tivemos uma imensa curva de aprendizado, onde toda a indústria se reinventou e mostrou o quanto somos resilientes. Tempos melhores estão por vir. Enxergo uma janela de oportunidades.
A indústria não tem tempo para esperar e ver se esta é uma “moda passageira” ou a próxima grande “tendência”. O fitness digital está aqui para ficar. E se você não o adotar agora, as chances dos seus atuais e dos futuros clientes, podem optar por profissionais que ofereçam os serviços híbridos. Acredito que o componente humano fará a diferença para a indústria de fitness atual e no futuro. O virtual acima de tudo será uma atividade complementar.
Eduardo Netto é profissional de Educação Física formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com mestrado em Ciência da Motricidade e pós-graduado em Fisiologia do Exercício. Referência no mercado fitness, está na área há 36 anos e é o precursor da aula de localizada no Brasil. Atuou por mais de 25 anos como professor de ginástica localizada e, por muitos outros, como professor universitário. Acumula passagens importantes como palestrante dos principais congressos de fitness no Brasil e no mundo, além da autoria de quatro livros e de um canal no YouTube, em que compartilha sua experiência abordando diversos temas. Atualmente, é sócio e diretor técnico da rede Bodytech
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