Por Dilmar Pinto Guedes, colunista Fitness Brasil
Fatores musculares
O músculo esquelético é um tecido extremamente plástico que se ajusta aos estímulos impostos pelo exercício físico. O Treinamento de Força aumenta sua área de secção transversa (AST) e modifica as características contráteis das fibras musculares.
A hipertrofia muscular ocorre devido ao aumento do número e tamanho dos filamentos contráteis, as miofibrilas, graças ao processo de sinalização para a expressão gênica que ocorre na fibra muscular, mediada por hormônios e moléculas que estimula a síntese proteica, além de inibir a sinalização para a degradação das proteínas miofibrilares, proporcionado pelo estresse mecânico do treinamento de força.
Além disso, ocorre biogênese ribossomal (organelas responsáveis pela síntese proteica). Vale ressaltar que, para ocorrer a hipertrofia muscular, é necessário que o estímulo do exercício físico seja regular e contínuo (treinamento) e o ambiente interno corporal seja propício para isso. Ou seja, nutrição adequada (matéria prima) e recuperação eficiente (processos anabólicos).
Além do aumento da síntese de proteínas contráteis, responsáveis pelo aumento das miofibrilas, o treinamento de força proporciona também o aumento de creatina fosfato, glicogênio muscular e água no interior do sarcoplasma da fibra muscular, o que colabora para o aumento do volume do sarcoplasma e consequente aumento do perímetro muscular.
Este processo de sinalização é desencadeado por tensão mecânica e estresse metabólico como mostra a figura:
Dessa forma, o modelo de carga com o objetivo de maximizar a hipertrofia muscular deve proporcionar elevado nível de tensão muscular (ativação muscular) e elevado estresse metabólico (tempo sob tensão). Em se tratando de controle da carga de treinamento, isto significa treinar com volume elevado e intensidade elevada, lembrando que volume e intensidade se interdependem inversamente (Princípio da Interdependência Volume x Intensidade). Ou seja, equalizar estas duas variáveis para cima.
Cabe ainda destacar a importância da densidade da carga (trabalho realizado na unidade de tempo) que deve ser alta para tal objetivo.
Finalizando, é importante entender que a hipertrofia muscular é um processo crônico (ajuste) que precisa de tempo (treinamento). Aumentar síntese proteica é uma resposta ao treinamento de força (sessão de treino) que não necessariamente garante a hipertrofia muscular.
Nos encontramos em breve para discutir o controle do volume, intensidade e densidade da carga para a prescrição do treinamento para hipertrofia muscular.
Forte abraço!
Prof. Me. Dilmar Pinto Guedes Jr é mestre em Ciências (EPM- Unifesp), com especialização em Musculação e Treinamento Desportivo (UGF), especialização em Fisiologia do Exercício (CEFE-EPM-Unifesp), docente da FEFIS-UNIMES, docente da FEFESP-UNISANTA, membro docente da Academia Brasileira de Treinadores (IOB-COB), proprietário do DKG – Centro de Treinamento, membro do EPIMOV (Unifesp), autor de dezenas de livros e artigos na área do Treinamento Físico.
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