Por Aylton Figueira Junior, colunista Fitness Brasil
O treinamento de força tem forte associação com a prevenção de mortalidade por todas as causas, considerando que o aumento da massa muscular e a força estimulam a resposta metabólica celular, em especial as condições de controle anti-inflamatório e imunológico.
Nesse sentido, trazemos na coluna deste mês a relação do treinamento com os efeitos na redução do câncer de próstata. Embora haja apelo para a prevenção do crescimento do câncer de próstata no Brasil, anualmente são aproximadamente 18.000 óbitos associados a essa doença.
A mais recente metanálise na literatura entre treinamento de força e câncer de próstata, (LOPEZ, P., D. R. TAAFFE, R. U. NEWTON, and D. A. GALVÃO. Resistance Exercise Dosage in Men with Prostate Cancer: Systematic Review, Meta-analysis, and Meta-regression. Med. Sci. Sports Exerc., Vol. 53, No. 3, pp. 459–469, 2021.) identificou a melhor prescrição em homens sobreviventes ao câncer, demonstrando resultados expressivos em todas as atividades da vida diária, avaliadas por testes funcionais, bem como na composição corporal.
Os resultados dos homens que participaram de treinamento de musculação, com baixo volume e intensidade moderada, reduziram entre 0,6 e 1 kg de gordura corporal, próximo a 0,5kg de gordura visceral, ao mesmo tempo que aumentaram em 0,6Kg de massa magra.
A melhora da funcionalidade com o treinamento de musculação, resultou em aumento superior a 8Kg de força na extensão de joelho; 24kg no leg press; 4kg no supino e mais de 5,5kg força dos paravertebrais.
Muito importante mencionar que não houve diferença na prescrição com cargas altas e baixas, o que parece indicar efeito significativo tanto na resposta funcional como na composição corporal em curto prazo. Nesse sentido a intensidade leve e moderada na musculação parece ser uma estratégia importante no aumento da aderência em programas de exercício em homens sobreviventes de câncer de próstata. A prescrição que apresentou melhor efeito foi com intensidade de 40-60%, treinamento para todo o corpo, 1 série por grupo muscular.
Ainda vale lembrar que o treinamento de força aumenta a produção e atividade da testosterona, aumento da atividade do micro-RNA, PGC-1a, redução da expressão de miostatina.
Portanto, atenção: o câncer atingirá mais de 10 milhões de pessoas até 2030 e será com esse grupo que os profissionais do futuro trabalharão.
Aylton Figueira Junior: formado em Educação Física, mestre e doutor em Adaptação Humana, saúde e atividade física pela UNICAMP, docente do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu. Membro do American College of Sports Medicine e Japan Society of Exercise Fisiology. Autor de oito livros, 24 capítulos e mais de 400 artigos científicos. Criador da certificação PROFISSIONAL DO FUTURO. Sócio proprietário da Clínica Ostheos-Equilibrio Físico. Instagram @ayltonfigueira.dr
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