Por Flávia Brunoro, colunista Fitness Brasil
Apesar da sociedade e mídias retratarem o sucesso como poder, fama, dinheiro e performance, a noção de sucesso é individual, interna e, o mais importante, é fundamental para a saúde e o bem-estar.
No entanto, o que mais vejo no meu papel de líder, coach e mentora, é como as pessoas não olham para si mesmas, não refletem sobre os seus valores e objetivos, e acabam vivendo a vida de outras pessoas, se posicionam como vítimas das situações ou simplesmente, seguem vivendo a vida no piloto automático. Não fazem perguntas como:
- Quais os meus pontos fortes?
- O que preciso desenvolver?
- O que amo fazer?
- Quais são as minhas metas?
- Do que eu reclamo? Quais são as minhas queixas?
Ainda neste processo de autoconhecimento, é fundamental refletir sobre a satisfação nas diversas áreas da vida. A roda da vida é uma técnica que ajuda a medir o quanto de energia está sendo dispendida em cada área e se esta energia está coerente com os objetivos e necessidades.
Como funciona o exercício: considerando as diversas áreas – vida social, familiar, acadêmica, profissional, saúde, lazer, pessoal, relacionamento afetivo, espiritualidade e finanças –, de 0 a 10, o quão satisfeito você está com cada área? Esta ferramenta é simples, mas ajuda a identificar dificuldades e a definir estratégias para o crescimento pessoal e profissional.
E com estas reflexões como base, você estará mais preparado para “calcular” a sua performance. O mais bacana é que foi do mundo dos esportes que obtivemos uma equação que gera muito aprendizado. Timothy Gallwey é o autor dessa equação, a partir da metodologia de Excelência no Desempenho que ele desenvolveu nas quadras de tênis e se popularizou no mundo dos negócios com sua obra “O Jogo Interior do Tênis”.
Performance = potencial – interferência
Considere que cada um de nós nasce com um potencial para desempenhar qualquer atividade (habilidade nata para aprender). Ela se manifesta em seu grau máximo na infância (ex: bebê que começa a andar). À medida que crescemos, essa habilidade vai recebendo interferências externas (tira o foco do desempenho), vindas do ambiente a que pertencemos (ex: uma fala como “presta atenção que você pode cair”). Com o tempo, o julgamento que era externo passa também a ser interno e podemos nos transformar em críticos ferozes do próprio desempenho.
Trazendo esta reflexão para o cenário corporativo, geralmente focamos as energias em aprimorar certas habilidades, sem pensar no que pode interferir e reduzir o desempenho na habilidade em questão.
Vejo muitas pessoas querendo melhorar seu resultado, atingir objetivos, no entanto, desconsideram seus medos, seus pensamentos sabotadores, ansiedade, falta de foco e comportamentos disfuncionais como procrastinação e perfeccionismo.
Se a reflexão contempla não somente os objetivos a serem atingidos como também os obstáculos, sejam eles físicos, mentais ou emocionais, a pessoa irá não só aumentar o seu potencial, como reduzir as interferências, resultando, efetivamente, em um aumento da performance.
Um ambiente de trabalho e uma liderança que abre espaço para escutar as dificuldades de seus colaboradores, e não somente como eles podem gerar mais resultado, são fundamentais para uma maior satisfação e engajamento.
Todas estas indagações e reflexões constituem a “musculatura” do autoconhecimento e de uma liderança mais humanizada. Tomar consciência do que aumenta e reduz a potência, entrar em sintonia com o que é importante, considerando todas as áreas da vida, certamente colocarão cada profissional como protagonista da sua vida, com responsabilidade e comprometimento. E o resultado será maior êxito, melhor performance e uma enorme felicidade.
Que tal se aventurar neste jogo interior?
Flávia Brunoro é psicóloga e Administradora de Empresas. Diretora de Pessoas e Operações da Rede Competition. Especialista e apaixonada pelo desenvolvimento de pessoas
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