Artur e Gizeli Monteiro; Fabio e Raquel Ceschini: mais do que parceiros de vida, eles são parceiros de grandes conquistas profissionais. Aprenda com eles como combinar amor e negócios
Yara Achôa, Fitness Brasil
12/6/2024
Amor combina, sim, com negócios. É o que dizem os casais Artur e Gizeli Monteiro – ele mentor de empresários e produtores digitais e ela especialista número 1 em diástase e flacidez abdominal, com mais de 30 mil alunas e 470K de seguidoras no Instagram – e Fabio e Raquel Ceschini – fundadores do maior portal de cursos on-line independentes do Brasil, o Viajando pela Fisiologia. Experts no universo fitness, eles podem ajudar você também a empreender com seu “mozão”.
Para marcar essa Semana dos Namorados, contamos aqui essas belas histórias. Conheça e inspire-se!
Parceria de milhões
Artur e Gizeli se conheceram na faculdade – ela foi caloura dele. O ano era 1986, em pleno boom da aeróbica nas academias. “Eu dava aulas de aeróbica e a Gizeli se ofereceu para fazer estágio comigo”, conta Artur. Com a aproximação, começaram a namorar.
Tudo teve início como uma parceria. “Nós participávamos de competições de aeróbica. Competimos em 1989 e 1990 – então diria que nossa fase de união profissional começou aí. Em 1990, montamos uma academia com mais dois sócios e, ali sim, passamos a empreender juntos”, conta Artur.
O empresário diz que, inicialmente, sua mentalidade era de professor e ele só se via como empregado. “Não estava preparado para fazer a gestão de uma empresa multimilionária. Tive de trabalhar minha mente e aprender coisas que não faziam parte da formação da minha geração. Não foi fácil, confesso. Mas no final deu tudo certo e hoje a gente tem uma empresa bem sólida.”
Ele se especializou em produtos digitais e a mulher tornou-se a número 1 em diástase e flacidez abdominal, com mais de 30 mil alunas em mais de 78 países. E os projetos do casal chegam aos sete dígitos em resultados. Hoje, a distribuição de tarefas é assim: ele cuida da empresa como um todo – faz gestão financeira, gestão de marketing, gestão de vendas, auxiliado por outros gestores – e Gizeli é a especialista, a técnica. “Mas ela também dá alguns pitacos em relação à copy, à parte de comunicação, porque tem mais contato com as alunas, e também é responsável pelo suporte, que é mais técnico. E tendo esse contato pode ver o que está acontecendo, perceber mudanças de comportamento. Então é isso: eu fico com a parte de gestão de todos os departamentos e ela com a gestão de suporte e mais a parte de melhoria do produto.”
O especialista diz que talvez o casal seja um “ponto fora da curva” porque nunca foi de brigar. “Com tudo tão claro entre nós, quase não discutimos em relação a trabalho. Óbvio que, em algumas questões, temos opiniões diferentes. Mas a maturidade nos ensinou a escutar mais um ao outro. A última decisão sempre é minha, porque tenho a visão sistêmica do negócio. Só que sempre escuto o que a Gizeli me traz, porque quero o que é melhor para a empresa. Então ouço, a gente discute, avalia pontos positivos e negativos e decide em função do que tem mais pontos positivos. Simples assim.”
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Um recurso usado pelos dois, para a boa convivência, é nunca levar um problema, uma discussão de trabalho, para o relacionamento. “A raiva faz parte do sentimento do ser humano. E às vezes você vai sentir raiva, mas a Gizeli já cuidou tanto de mim que essa bronca não dura dois segundos. Não posso ficar de mal da pessoa que mais me ajudou na vida. Assim avançamos – e a gente está junto há 30 anos.”
Para o casal Monteiro, o ponto positivo de trabalhar junto é que os sonhos pessoais estão relacionados ao resultado da empresa. “Falamos muito de negócio no dia a dia, mas é algo leve, porque também está relacionado ao nosso propósito de ajudar as pessoas.” Já o lado negativo é não ter como escapar do estresse. “Temos diferentes níveis de problemas que acontecem internamente na empresa. Em alguns dias, a Gizeli está mais estressada e eu vou lá e dou um suporte. Em outros, eu estou mais estressado e ela vem me dar um suporte. O ruim é quando os dois estão estressados. A gente não briga, mas bate um cansaço, uma fadiga, pelo que está acontecendo… E a gente não consegue apoiar um ao outro. Claro que não é nada tão grande a ponto de ficar sem se falar ou pensar em separação. Estamos juntos há muito tempo, já passamos por muita coisa. Então é aquela hora em que eu entendo que devo fechar minha boca e não falar nada e ela também. Depois a gente volta a conversar e a vida segue”, finaliza.
Liberdade financeira, geográfica e de tempo
Fabio Ceschini conheceu Raquel em agosto de 2004, pela internet. “Naquela época, a bola da vez era as salas de bate-papos em sites. Numa tarde de sábado, após chegar cansado do trabalho (nessa época estava iniciando a carreira de professor universitário), entrei em uma sala virtual e comecei a conversar com a Raquel. Foram alguns dias de trocas de e-mails e telefonemas até que marcamos de nos conhecer em um shopping de São Paulo. No mesmo ano começamos a namorar e, em janeiro de 2011, nos casamos. Em 2014, nasceu nossa filha, a Julia”, conta o professor e empresário que, ao lado da esposa, criou o maior portal de cursos on-line independentes do Brasil, o Viajando pela Fisiologia, com 118 mil alunos ativos, 14 livros publicados, cursos de pós-graduação e faturamento anual de múltiplos dígitos.
Eles começaram a trabalhar juntos após a demissão da esposa. “A Raquel é farmacêutica de profissão. Já trabalhou em hospitais, em drogarias e seu último emprego na área foi de farmacêutica responsável por uma farmácia de manipulação durante 16 anos. Eu, professor universitário, com mestrado e doutorado, artigos publicados, viajava o Brasil para ministrar cursos e aulas em cursos de pós-graduação. Nossa vida era estável. Apartamento quitado, carros novos, viagem internacional uma vez ao ano. Tudo certo. Em meados de 2016, a Raquel começou a perceber uma movimentação estranha na farmácia que coordenava. As donas da farmácia tinham a intenção de vender a empresa sem comunicar aos funcionários. Foi um período de angústia. A preocupação era simples: tínhamos uma filha de dois anos e perder o emprego não seria algo bom para família. Mas foi inevitável: em 2 de janeiro de 2017 aconteceu a demissão.”
Fabio percebia a frustração da esposa – especialmente quando ela começou a pesquisa vagas no mercado de trabalho e percebeu que iria ter que voltar a trabalhar de final de semana, em horário noturno e que o salário seria metade do que ela ganhava. “Ela entrou em depressão. Nessa época, eu estava lendo um livro que havia comprado simplesmente porque havia gostado da capa. O livro era Empreenda sem Fronteiras, do Bruno Pinheiro. A capa era azul, tinha um globo terrestre e um avião. Como amo viajar, comprei o livro pelo capa.”
O livro dizia basicamente que você poderia trabalhar de qualquer lugar do mundo usando a internet e que poderia ter liberdade financeira, geográfica e de tempo. “No último dia de aviso prévio da Raquel, ela chegou em casa e eu dei o livro para ela ler, disse que gostei da proposta mas que não sabia o que fazer. Ela leu em dois dias. No terceiro dia, me diz: ‘já sei o que vou fazer, vou vender seus cursos na internet; comprei um curso para aprender como fazer e vender cursos online’. Por muitas vezes, antes desse episódio, ela havia me dito que eu ganhava muito pouco ministrando cursos para os outros e que deveria fazer meus próprios cursos presenciais e ficar com o lucro.”
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O professor conta que, nessa época, não tinha nem conta no Facebook. “Estava na fase final do doutorado. Tinha que coletar dados, analisar dados, dar 40h de aula por semana na graduação e viajava quase todos os finais de semana para segurar as contas. Para mim foi um choque. Mas ao vê-la triste, com depressão, pensei: vamos fazer isso por uns dois ou três meses. Depois ela vai ver que não vai dar certo, vai voltar a procurar emprego na sua área e as coisas vão se ajeitar.”
Raquel começou a fazer os cursos, fez mentorias, construiu um site do zero, aprendeu marketing, gestão, gravação e edição de vídeos e, em junho de 2017, lançou o primeiro curso online. “Mesmo assim, eu ainda não acreditava! Estava empenhando no doutorado e só fazia isso para ela se ocupar. Foi assim que nasceu a nossa empresa: Viajando pela Fisiologia by Fabio Ceschini. Eu só acreditei no projeto um ano após abrir a empresa, quando estávamos de férias na Disney. E, lá no parque, o celular ficava apitando: ‘você fez mais uma venda!’ Aí eu entendi: estava nos Estados Unidos gastando em dólar mas, mesmo sem trabalhar, estava faturando. A partir desse momento, comecei de fato, a acreditar. Passei a reduzir gradativamente minhas atividades como professor e pesquisador para me tornar, ao lado da minha esposa, um empresário. Hoje temos três empresas: Viajando pela Fisiologia cursos online; Editora VPF; e CBEFIS cursos de pós-graduação.”
A divisão de trabalho entre eles é muito clara: Fabio Ceschini é responsável pela parte pedagógica dos cursos, conteúdo técnico-científico para redes sociais, produção dos livros da editora e Raquel é a responsável por toda a parte de marketing e gestão das empresas.
O casal Ceschini diz que não é tarefa fácil fazer funcionar uma relação de amores e negócios. “No começo, foi natural misturar a relação profissional e pessoal. Brigas e discussões ocorreram, sempre ambos querendo o melhor para a empresa. O que ajudou bastante a colocar as coisas no lugar foi algo bem simples: pegar uma folha de papel e escrever claramente quais seriam as funções e responsabilidades de cada um dentro da empresa. Desde então não temos brigas e discussões com tanta frequência. Toda semana fazemos uma reunião, só nós dois: falamos sobre projetos, metas, o que deu certo ou errado.” Ele fala sobre o que acha essencial:
“Todos estão ali para fazer o melhor para a empresa e para a família e isso é básico para a relação amor e negócios dar certo. É preciso respeitar a individualidade do outro. Eu sou explosivo, ela é calma demais. Respeitar o tempo de cada um mediante algo é fundamental. Por fim, conversar o tempo todo para alinhar expectativas.”
Sobre os pontos positivos de trabalhar com a parceira, Ceschini aponta: poder conversar, falar sobre ideias e projetos o tempo todo; estar sempre juntos; viver as conquistas e as derrotas juntos – o que fortalece o casal, o amor, a amizade, o carinho e a família; ter o lucro da operação destinado a família. “Duas pessoas focadas no mesmo objetivo têm maior chance do empreendimento dar certo, de crescer, lucrar, do que o casal onde cada um trabalha em empresas separadas de ramos diferentes.”
Já sobre os pontos negativos, ele diz que às vezes o profissional invade o pessoal, mesmo com todos os cuidados. Destaca também que tirar férias de verdade, onde não se trabalha nem por um minuto, é algo raro. “Afinal, nós somos a empresa e até no descanso trabalhamos. Por fim, existem projetos onde a visão de ambos é completamente diferente. E, em geral, são os que trazem menores resultados.”
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