Por Patricia Totaro, colunista Fitness Brasil
O cliente de academias está cada vez mais exigente. Um dos motivos é que o seu tempo destinado ao lazer é cada vez menor e mais disputado entre várias atividades.
Todos passaram um tempo longe das atividades do dia a dia por causa da pandemia, mudaram de ritmo de vida. E agora estão com dificuldade de encaixar a qualidade de vida com o retorno do trabalho presencial e a vida social.
Mesmo que o novo consumidor tenha entendido que academia faz parte de estilo de vido saudável, ela também acaba sendo um compromisso entre os tantos outros, como trabalhar ou estudar, ir a um restaurante, encontrar seus amigos, ir ao cinema, à praia ou ao parque, passear em um centro de compras e também não fazer nada. Estamos com cada vez mais concorrência.
E precisamos cada vez mais colocar os itens entretenimento e conveniência nos nossos espaços de academias. Podemos ser vistos como mais uma “obrigação” ou podemos ser a “válvula de escape das obrigações” desse consumidor tão fragilizado de hoje.
Aí entra com muito mais força a Arquitetura: não basta o ambiente físico ser operacionalmente competente, ser agradável e ser bonito sob o ponto de vista do cliente. Impactar através da Arquitetura já é obrigação das empresas. Para o cliente de hoje, o ambiente tem que emocionar. O espaço tem que proporcionar experiências sensoriais relevantes, ou seja, divertir.
Espaços únicos
Tudo o que é fabricado, tangível, você vai a uma loja e compra. Qualquer investidor com uma certa quantidade de recursos pode comprar o mesmo equipamento que o seu concorrente e pode ter as mesmas aulas, softwares e acessórios. Já o espaço físico é único, porque o clima que a arquitetura cria não dá para imitar: ninguém nunca terá um espaço que proporcione as mesmas sensações que outro.
E as sensações são uma combinação das coisas que se podem comprar com a forma de juntá-los, a distribuição dos ambientes e os cenários criados, ou seja, o espaço que criam. Tudo balizado pelo serviço prestado, claro.
O mais bacana de tudo isso é que criar um ambiente agradável não é a parte mais cara do investimento, só exige um projeto de arquitetura bem pensado, alinhado com as necessidades do frequentador e do empresário e diferenciado para atender os objetivos do negócio.
Em um mundo globalizado onde existem países com a produção muito barata, os empresários diferenciam-se da concorrência com o intangível. E os empresários do nosso setor já perceberam isso e estão investindo cada vez mais em diferenciação e infraestruturas inovadoras.
Então, saia do lugar comum: crie cantos dentro de seu empreendimento com propostas diferenciadas. Use o espaço com sabedoria: economize em um ponto para ser mais generoso em outro e pense em usar os cinco sentidos para encantar o seu cliente.
Bom projeto!
Patricia Totaro é referência no mercado internacional de arquitetura para academias, onde atua desde 1995 com mais de 950 projetos construídos. Sua metodologia de desenvolvimento de projetos, a Trilha da Experiência, alia conceitos de marketing e design thinking à Arquitetura tendo como foco a experiência e sucesso do cliente. Dessa forma o projeto é parte da estratégia de gestão da academia. Seu propósito pessoal de estimular a prática de exercícios físicos por meio de experiências relevantes dentro das academias a faz compartilhar o seu conhecimento com os gestores em palestras, artigos e em suas redes sociais: @patriciatotaro @patriciatotaroarquitetura @arq_fit_
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