Por Luis Claudio Bossi, colunista Fitness Brasil
Muita gente diz que o HIIT é coisa antiga e que Emil Zátopek, na década de 50, já treinava assim – e por isso foi campeão olímpico nos 5000m, 10000m e na maratona. Realmente ele treinava, em média, de 70 a 100 tiros de 200 a 400 metros. Também existe na história o HIIT sendo utilizado com treinos curtos e intensos pelo gregos em 200 DC. Porém ele foi impulsionado para os tempos atuais por Tabata (final dos anos 90) e Gibala (começo dos anos 2000), iniciando um novo momento no mundo fitness, quando tentam mostrar que o HIIT é a melhor atividade física e que atividade física moderada não serve de nada.
De repente inúmeras pesquisas começaram a demostrar que o HIIT é um grande “queimador de gordura”, passando a considerá-lo o melhor tipo de exercício do universo. Mais: para se conseguir um “shape” perfeito seria preciso fazer exercícios intervalados de alta intensidade (HIIT).
Isto revoltou muitos fisiologistas amantes do “inferno de Krebs”, que começaram a querer demonstrar que o treinamento moderado e mais prolongado era o melhor, fazendo com que muitas pesquisas tendenciosas de ambas as partes começassem a frequentar as revistas científicas, tornando–se muitas vezes brigas pessoais entre autores. A verdade é que o HIIT tem inúmeras ações errôneas, assim como o treinamento moderado. Vou destacar algumas:
HIIT
- A falta de intensidade na execução de tiros (acreditando que deve-se realizar tiros curtos apenas).
- Colocar uma intensidade muito alta nos primeiros tiros e não conseguir manter por falta de preparo físico.
- Realizar exercícios com intensidade e complexidade sem estar preparado para tal.
- A falta de avaliações médicas e acompanhamento de profissional de Educação Física para a prática, entre outros.
Moderado
- Realizar exercícios mantendo um volume e a intensidade muito semelhantes por muito tempo.
- A falta de tempo no dia a dia para a realização de um treinamento mais longo.
- A manutenção da massa magra.
- A falta de avaliações médicas e acompanhamento de profissional de Educação Física para a prática, entre outros.
É importante frisar que quem já foi atleta de médio e alto rendimento sempre realizou HIIT em seus treinamentos, independente da modalidade, e também exercícios moderados.
Em grupos especiais – principalmente diabéticos, cardiopatas e obesos –, igualmente a ciência vem demostrando muitos benefícios do HIIT. Mas vale destacar que com exercícios moderados também observo-se muitos benefícios para os mesmos grupos.
Moral da história: ambos são benéficos! Procure realizar a atividade física que seja mais prazerosa para você e para seu cliente. A vida é mais fácil assim!
Luis Claudio Bossi é mestre em metodologia do treinamento esportivo – ISCF Manuel Fajardo, Havana, Cuba, revalidado pela medicina da UNB, Brasília. Especialista em Treinamento Desportivo FMU, Musculação FMU, Condicionamento Físico em Academia ESEFM. Atualmente é professor e pesquisador do Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino (UNIFAE), de São João da Boa Vista (SP), professor de pós-graduação, palestrante, autor de oito livros nas áreas de musculação, funcional e HIIT
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