Por Leonardo Lima, colunista Fitness Brasil
A obesidade está associada a declínios funcionais relacionados à idade no cérebro, caracterizados por funções executivas diminuídas, perda de memória e velocidade de processamento prejudicada.
A Doença de Alzheimer (DA) é um distúrbio neurológico irreversível caracterizado por um declínio na cognição e perda progressiva da capacidade de autocuidado. É bem conhecido que o fator idade é o mais determinante para o desenvolvimento da DA, afetando aproximadamente 11% das pessoas com mais de 65 anos e aproximadamente 32% das pessoas com mais de 85 anos.
Especula-se que a obesidade acelere o início da DA. Uma revisão sistemática com 580 mil participantes em 19 cortes mostrou que na meia-idade, a obesidade aumenta o risco de demência, incluindo DA e vascular demência em indivíduos com idade entre 35 e 65 anos, com o IMC ≥ 30 kg m² e um risco 23% a 47% maior de demência.
Estudo longitudinal com 14 anos de seguimento demonstrou que adiposidade na meia-idade está associada à carga de β-amilóide, acelerada atrofia cerebral e neurodegeneração, acelerando o quadro clínico curso de DA.
Outro mecanismo pelo qual obesidade pode aumentar o risco de DA devido a alterações na leptina e sinalização inflamatória no sistema nervoso central, que aumenta a ingestão de alimentos, acúmulo de β-amilóide e doença microvascular.
A obesidade acelera o envelhecimento, encurtando o comprimento dos telômeros, comprometendo o sistema imunológico. Telômeros são tampas protetoras nas extremidades dos cromossomos. Telômeros são vários pares de DNA de kilobases com a sequência TTAGGG.
Quando o reparo de telômeros criticamente curtos por telomerase torna-se impossível, apoptose e senescência celular são ativadas, resultando em um declínio funcional em humanos.
Maior comprimento dos telômeros foi associado a um menor risco de morte.
Além do encurtamento dos telômeros através da divisão celular normal e estresse replicativo do DNA, a obesidade aumenta ainda mais o encurtamento dos telômeros, induzindo o estresse oxidativo e acelerando a taxa de erosão dos telômeros por replicação.
Entendem o seu papel transformador para a vida?
Leonardo Lima é graduado em Educação Física, com seis pós-graduações (lato sensu), mestre em ciências do movimento, pós-graduando em obesidade, emagrecimento, grupos especiais e lesões, coordenador de pós-graduação, doutorando em Educação Física e conhecido por ministrar mais de 285 cursos pelo Brasil e mais de 70 aulas de pós-graduações. Um dos autores da 1ª Diretriz de Covid-19 e exercício físico pelo CREF de São Paulo. Tem mais de 20 livros publicados e é autor de mais de 40 artigos científicos. No Instragram @prof.leonardolima.
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