Por João Riva, colunista Fitness Brasil
“Que tipo de líder deixaria todo mundo para trás e seguiria sozinho sua jornada? Só o egoísta. Os bons líderes levam outros consigo para o topo. Promover a ascensão de outros é requisito fundamental para a liderança eficaz”.
O parágrafo acima não é meu, mas do John C. Maxwell, e peguei de um dos primeiros capítulos de “O Livro de Ouro da Liderança”. Quis aqui destacar ter tirado isso de um dos primeiros capítulos de um livro de liderança, porque isso deixa claro o quanto levar o outro junto consigo é o básico, o início de conversa quando se fala de liderança.
Mas por que escrever sobre liderança num espaço como esse, em que o assunto base que costumo tratar é marketing? Ora, é simples. Porque marketing bom é feito em grupo, ouvindo e debatendo ideias, e por isso é fundamental ter uma liderança forte para tornar todo e qualquer projeto de marketing eficiente. Mas, de verdade, isso serve pra tudo hoje em dia. Toda e qualquer área de atuação da atualidade pede liderança de qualidade. E pra mim, assim como fala o autor do livro citado, liderança de qualidade é aquela que leva o time (ou parte dele) junto para o topo.
Liderança é um tema antigo, mas também super atual. A meu ver, por um motivo muito importante. Com a pandemia e o crescimento acelerado do trabalho em casa, as empresas tiveram que rever sua forma de liderar pessoas e processos. Se antes o modelo presencial de trabalho fazia com que os profissionais se cobrassem e oferecessem sua proatividade naturalmente junto ao esforço do outro, agora com cada um em seu canto e agindo solitariamente, sem saber exatamente o que o colega está fazendo, muitos passaram a viver e conhecer somente o seu trabalho e processo, e não o todo da cadeia. Neste momento, os líderes muitas vezes tiveram que voltar a liderar aquele básico, que é o fluxo de trabalho e a sua entrega efetiva.
Se antes o processo dependia menos de conferências e acompanhamento, já que aconteciam naturalmente, agora, com cada profissional num endereço diferente, estes voltaram a merecer mais atenção dos líderes. Uma pena, já que a maior preocupação de um líder deveria ser desenvolver pessoas e pensar processos e modelos potencializados de trabalhos futuros. Se eles focam seu trabalho no dia a dia e no hoje, perdem tempo de pensar o amanhã. E vamos ser honestos, né? O hoje mantém a empresa ativa, mas é o amanhã que a torna maior.
E aí, com o líder pensando tanto no hoje, naturalizam esquecer o amanhã, que é nada mais que desenvolver pessoas para, junto a ele, crescerem como profissionais. Estas pessoas crescendo (bem como ele próprio), faz empresa crescer junto. Sim, normalmente as empresas crescem depois dos seus profissionais crescerem, e não o inverso. Empresas grandes são grandes porque tem profissionais grandes. Repare.
Um líder, mesmo com tantos desafios de manter fluxos e processos funcionando bem, está desperdiçando oportunidade de fazer a diferença na vida dos seus liderados e da sua empresa se não inspirar, dar oportunidade e oferecer desafios para seu time. Mais que isso, está sendo egoísta. Está tirando a oportunidade dos demais se desenvolverem.
E agora, com cada um em seu canto, trabalhando a distância, se torna também papel do líder os fazer viver a empresa e serem desafiados a crescer como profissionais, mesmo à distância.
João Riva é CEO da Duovozz, agência com projetos de marketing, comunicação e vendas para o Brasil e América Latina com projetos para empresas como Honda, Centauro, Life Fitness, Edenred, McDonalds, Grupo Sinop, Grings, InvestCorp, LDC, entre outros. Professor de cursos de graduação, pós-graduação e MBA para inúmeras universidades e escolhas de negócios, como FIA/ USP, Cásper Líbero e FAAP. Co-autor de dois livros, palestrante e host dos podcasts Commerce Connections On Air By Google e Universo Marketing.
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