CarrinhoA data, comemorada em 7 de abril, foi criada pela Organização Mundial da Saúde em 1948. Conversamos com o médico Nabil Ghorayeb para destacar a importância do tema e como conscientizar a população a respeito da qualidade de vida e dos diferentes fatores que afetam a saúde
Yara Achôa, Fitness Brasil
7/4/2023
Sete de abril é uma data que merece destaque. O Dia Mundial da Saúde – que vem colado ao Dia Mundial da Atividade Física – foi criado em 1948 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para coincidir com sua fundação. Foi comemorado pela primeira vez em 1950, sempre com o objetivo de conscientizar a população a respeito da qualidade de vida e dos diferentes fatores que afetam a saúde. Trata-se de um momento importante para a conscientização a respeito do tema e para estimular ações voltadas ao bem-estar.
De acordo com a Lei nº 8080, de 1990, saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. E prega que, para haver saúde, alguns fatores como alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, educação, atividade física, lazer e o acesso a bens e serviços essenciais são determinantes.
Conversamos com o Dr. Nabil Ghorayeb, especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e Medicina do Esporte pela SBMEE, professor, palestrante e escritor, para discutirmos a importância da data e para estimular ações para que longevidade e qualidade de vida sejam realidade no dia a dia de todos. Confira a entrevista!
Como podemos definir saúde?
A definição da OMS é: “saúde é um estado de completo de bem-estar físico, mental e social”. Portanto, saúde não é apenas ausência de doença. Além de aspectos físicos, também envolve o emocional, o mental e a qualidade de vida. Dizer que uma pessoa está saudável exige a análise desse conjunto de fatores. Então, levando isso em consideração, percebemos que não é um estado fácil de ser alcançado.
Por que é importante uma data como o Dia Mundial da Saúde?
Porque precisamos olhar com mais atenção para nossa saúde. Estamos vivendo em ritmo cada vez mais acelerado. As necessidades modernas nos levam a trabalhar demais para conquistar bens materiais e sonhos cada vez mais complexos, que nos obrigam a quase esquecer todo o resto. A maior parte população acorda cedo, muitas vezes toma café da manhã na calçada, vai direto para o trabalho, enfrenta trânsito, desconforto no transporte… O estado emocional, todo esse impacto do estresse, é gatilho para várias doenças. Mesmo um organismo em boas condições não está imune a doenças causadas pelo emocional.
O tema da comemoração da OMS esse ano é “Saúde para Todos”. É possível atingir essa meta?
É o que desejamos. Mas tudo começa pela prevenção. Esse é o principal fator capaz de modificar o futuro das pessoas. Devemos nos prevenir principalmente do sedentarismo, com ações e orientações desde cedo. Porque é incontestável: quanto mais sedentária uma pessoa for, mais cedo aparecem as doenças.
Daí a importância também do Dia Mundial da Atividade Física (6 de abril) e, em seguida, o Dia Mundial da Saúde (7 de abril). A OMS recomenda no mínimo 150 minutos de atividade por semana. E ela pode – e deve – ser distribuída. Até porque seus benefícios duram cerca de 36 horas. Não é legal fazer um monte de exercício em um dia só e mais nada depois. Tem de ser algo regular, praticado de três a quatro vezes por semana, de forma moderada. Precisa focar em regularidade e não em intensidade. E é importante fazer o que a pessoa é capaz, o que ela pode e gosta – assim ela permanece praticando.
Qual o melhor tipo de exercício para garantir saúde?
Não existe o melhor tipo de exercício, mas uma combinação deles pode levar à longevidade com qualidade de vida: aeróbicos, exercícios de fortalecimento e de equilíbrio. Se negligenciar um deles, vai faltar uma parte lá na frente.
Como ser saudável nos dias de hoje?
Além de apostar na prevenção, na prática de atividade física de forma regular, é importante ficar atento ao controle do peso e das doenças que são desenvolvidas a partir do excesso. E caso alguma enfermidade se instale, é essencial seguir o tratamento e a orientação médica. Mas tem de haver mudanças de hábitos: seguir uma alimentação saudável (fazendo as melhores escolhas possíveis, dentro da realidade de cada um), combater o sedentarismo e investir em atividades e ações de bem-estar e qualidade de vida.
Importantíssimo ainda é cuidar do emocional. Se o indivíduo gosta de show, de leitura, de filme, de dança, que dedique um tempo do dia para esse pequeno prazer. Cada pessoa tem de descobrir o seu “fio-terra”, aquilo que descarrega as tensões, e recorrer a ele todo santo dia.
Resumindo, ser saudável nos dias de hoje depende de todo um conjunto: alimentar-se de maneira saudável; ter qualidade de sono; praticar atividade física; utilizar medicamentos apenas com recomendação médica; não fazer uso de cigarro e não consumir bebidas alcoólicas em excesso; evitar o estresse; adicionar ao cotidiano atividades prazerosas; ser positivo no dia a dia.
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