É o que aponta um estudo japonês, que também sugere que talvez nunca seja tarde para iniciar um programa físico e melhorar o curso da doença
Yara Achôa, Fitness Brasil
29/3/2024
Atividade física é bom para todo mundo. Mas pessoas com Parkinson em estágio inicial podem se beneficiar com exercícios regulares a ponto de retardar a progressão da doença. A descoberta vem de um estudo com seis anos de duração, que acompanhou 237 pessoas que estavam desenvolvendo a enfermidade.
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A idade média dos participantes era 63 anos. Seus níveis de atividade física no início da pesquisa foram determinados por meio de um questionário, enquanto suas habilidades verbais e de memória – e quanto tempo levou para completar tarefas mentais – foram avaliadas por meio de testes cognitivos comuns.
Pessoas que tiveram pelo menos quatro horas de exercício moderado a vigoroso por semana, como caminhar ou dançar, tiveram um declínio mais lento no equilíbrio e na movimentação cinco anos depois, em comparação com aqueles que estavam fisicamente inativos.
Os pesquisadores usaram um teste comum para classificar os sintomas de Parkinson de cada pessoa, em uma escala de zero a quatro, com escores mais elevados indicando comprometimento mais grave.
As pessoas que tiveram níveis abaixo da média de exercícios moderados a vigorosos – ou menos de uma a duas horas, uma ou duas vezes por semana – aumentaram de uma pontuação média de 1,4 para 3,7 ao longo de seis anos.
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Aqueles que tiveram níveis acima da média de exercício moderado a vigoroso aumentaram de uma pontuação de 1,4 para 3,0 durante esse período.
Os cientistas descobriram que o nível de atividade física das pessoas no início do estudo não estava associado à progressão do Parkinson mais tarde. E perceberam que era mais importante manter a atividade física ao longo do tempo.
O autor do estudo, Kazuto Tsukita, da Universidade de Kyoto, no Japão, disse que os resultados são encorajadores. “Esses achados são emocionantes porque sugerem que talvez nunca seja tarde demais para alguém com Parkinson iniciar um programa de exercícios para melhorar o curso de sua doença”, disse.
Tsukita falou também que, para retardar a progressão da doença, era mais importante que a pessoa com Parkinson mantivesse um programa de exercícios do que estar ativa no início da doença.
“Embora os medicamentos possam proporcionar algum alívio dos sintomas, eles não têm sido tão eficazes para retardar o avanço da doença. Descobrimos que a atividade física regular, incluindo tarefas domésticas e exercícios moderados, pode realmente frear o curso da doença a longo prazo. O melhor de tudo é que o exercício é de baixo custo e sem efeitos colaterais”, explica o cientista.
A pesquisa foi publicada em uma edição da Neurology, revista médica da American Academy of Neurology. Para acessar o relatório completo, clique aqui.
Fotos Yan Krukov, Vlada Karpovich/ Pexels; Jenny Hill/ Unsplash
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