Por Aylton Figueira Junior, colunista Fitness Brasil
No limiar de mais uma edição da IRSHA Fitness Brasil, surge um estudo que poderá ser muito discutido pelos profissionais durante o evento. Com a perspectiva de aquecer essa temática, vamos ao questionamento:
Qual a prescrição que seria mais eficaz na evolução da força e hipertrofia em adultos, considerando a manipulação das cargas de treinamento?
Currier BS, et al. (Br J Sports Med 2023) compararam nesta revisão, as seguintes variáveis: 1) intensidade do treino (carga); 2) número de séries e 3) frequência semanal de treinamento, buscando analisar como a manipulação da intensidade x séries x frequência poderiam impactar no aumento da força e hipertrofia muscular.
A análise foi realizada com a seguinte configuração:
LS1 – carga baixa, série única por exercício e 1 dia/semana; LS2 –carga baixa, série única por exercício e 2 dias/semana; LS3 –carga baixa, série única por exercício, ≥3 dias/semana.
LM1 – carga baixa, múltiplas séries por exercícios múltiplos, 1 dia/semana; LM2 – carga baixa, múltiplas séries por exercícios múltiplos, 2 dia/semana; LM3 – carga baixa, múltiplas séries por exercícios múltiplos, ≥3 dias/semana.
HS1 – carga alta, série única por exercício e 1 dia/semana; HS2 – carga alta, série única por, 2 dias/semana; HS3 – carga alta, série única por exercício, ≥3 dias/semana.
HM1 – carga alta, múltiplas séries por exercícios, 1 dia/semana; HM2 – carga alta, múltiplas séries por exercício e 2 dias/semana; HM3 – carga alta, múltiplas séries por exercícios e ≥3 dias/semana.
Desta forma ao comparar cargas leves versus mais pesadas; séries únicas versus múltiplas séries e frequência semanal, o estudo evidenciou que os programas que utilizaram a prescrição HM1-HM2-HM3, tiveram mais efeito nos ganhos de força que as demais prescrições. Considerando as prescrições para a hipertrofia, os resultados mostraram. HM2>HM3>HM1. Porém, quando se comparou com cargas mais leves, HM3 apresentou os mesmos efeitos que LM3, sugerindo a importância do volume de séries e frequência semanal como fatores determinantes na resposta hipertrófica.
O estudo apontou dos mais de 4.000 estudos analisados, sendo selecionados os 150 com melhor desenho metodológico e critérios de controle, treinamento com mais volume em séries e frequência semanal, são mais efetivos na resposta hipertrófica que treinamentos com menos volume.
Essa orientação é importante para praticantes que buscam ter efeito significativo no emagrecimento, pois a forma de prescrever treinamento de musculação no emagrecimento apresenta as mesmas bases conceituais que o treinamento de hipertrofia.
Resistance training prescription for muscle strength and hypertrophy in healthy adults: a systematic review and Bayesian network meta-analysis. Currier BS, et al. Br J Sports Med 2023;0:1–12. doi:10.1136/bjsports-2023-106807
Aylton Figueira Junior: formado em Educação Física, mestre e doutor em Adaptação Humana, saúde e atividade física pela UNICAMP, docente do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu. Membro do American College of Sports Medicine e Japan Society of Exercise Fisiology. Autor de oito livros, 24 capítulos e mais de 400 artigos científicos. Criador da certificação PROFISSIONAL DO FUTURO. Sócio proprietário da Clínica Ostheos-Equilibrio Físico. Instagram @ayltonfigueira.dr
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