Por Flávia Brunoro, colunista Fitness Brasil
“O progresso sem mudança é impossível, e quem não consegue mudar a própria mente não consegue mudar nada”, George Bernard Shaw
Como o aprendizado é incentivado no dia a dia do trabalho na sua empresa? Aprendizagem é conhecimento com ação, mas tem um fator adicional a este conceito que é o de reconhecer que não se sabe tudo e que é necessário, continuamente, duvidar de suas opiniões, adotar uma mente curiosa, buscar evidências aos seus pensamentos e encontrar possibilidades alternativas. Esta é a chave para uma cultura do aprendizado e para uma vida voltada para o crescimento pessoal.
O grande vilão desta história é o próprio QI. Por mais inteligente que uma pessoa seja, se não estiver disposta a aprender, a mudar de ideia, muitas oportunidades podem passar pela vida. No livro “Pense de novo”, Adam Grant cita que vários experimentos sugerem que “quanto mais inteligente você for, mais dificuldade pode ter em atualizar suas crenças”.
Não é em todas as áreas da vida que resistimos a pensar aberto. Ainda segundo Adam Grant, psicólogo que atua em organizações como Google, Pixar, Fundação Gates para ajudá-los a reexaminar seu modo de construir equipes criativas e moldar culturas colaborativas, “quando se trata de posses, adoramos nos atualizar. Modernizamos nossas roupas, reformamos nossa cozinha, mas no que se refere a opiniões, não arredamos o pé. Rimos de pessoas que ainda usam o Windows 95, mas continuamos apegados a julgamentos que formamos em 1995. Escutamos opiniões que nos satisfazem, mas não ideias que nos levem a reflexões intensas”.
Este fato está intimamente relacionado ao que a psicologia fala de vieses cognitivos. Um deles é o viés da confirmação: a pessoa vê o que espera ver. E o outro éo viés da desejabilidade: a pessoa vê o que quer ver.
Segundo Dolores Albarracin, PhD, que liderou um estudo com a pesquisadora da Universidade da Flórida, William Hart, PhD, onde perguntavam aos participantes sobre seus pontos de vista sobre um determinado tópico e, em seguida, permitiam que eles escolhessem se desejavam ver ou ler informações que apoiassem seu próprio ponto de vista ou um ponto de vista oposto. “Os pesquisadores descobriram que as pessoas têm cerca de duas vezes mais chances de selecionar informações que apoiem seu próprio ponto de vista (67%) do que considerar uma ideia oposta (33%).
Em nosso segmento, no dia a dia do trabalho, diante das diferentes solicitações dos clientes, temos o tempo todo uma nova oportunidade de mudar e pensar de novo. Mas será que isto acontece? Ou continuamos a responder da mesma forma, a apresentar os mesmos caminhos? Como avaliamos o fato de mudar de opinião? Estar diante de pessoas que pensam diferente de nós pode ser um grande caminho para atualizarmos nossos conhecimentos, crenças e visão de mundo.
Este texto é um convite para que você reavalie opiniões que não o ajudam mais, mas que acaba repetindo automaticamente, e, que busque ter mais flexibilidade mental do que consistência.
Que tal repensar sua maneira de trabalhar, de liderar e de viver?
Artigo: “Sentir-se validado versus estar correto: uma meta-análise da exposição seletiva à informação”, Dolores Albarracín, PhD, Universidade de Illinois em Urbana-Champaign; William Hurt, PhD, Inge Brechan, PhD, e Lisa Merrill, PhD, Universidade da Flórida; Alice H. Eagly, PhD, Northwestern University, Matthew J. Lindberg, PhD, Ohio University; Boletim Psicológico , vol. 135, nº 4.
Livro: Pense de Novo – Adam Grant. 1.ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2021.
Flávia Brunoro é psicóloga e Administradora de Empresas. Diretora de Pessoas e Operações da Rede Competition. Especialista e apaixonada pelo desenvolvimento de pessoas
SHOW.. GOSTEI… ASSUNTO QUE PODE SER BASTANTE EXPLORADO EM NOSSO DIA A DIA.