A área de Educação Física está em expansão e os profissionais cada vez mais valorizados. Mas é preciso investir continuamente em conhecimento e estar atento às oportunidades antes mesmo de ter o diploma em mãos
Yara Achôa, Fitness Brasil
21/12/2022
O mercado para os recém-formados em Educação Física está em ebulição. Quem afirma é o professor e gestor de ensino superior Marcelo Costa, da Universidade Candido Mendes Rio de Janeiro. “O exercício se tornou primordial. A pandemia escancarou a necessidade de se investir em qualidade de vida. Vejo meus alunos com grandes oportunidades. Mas é preciso preparação para dar visibilidade ao que se faz. Ao futuro profissional da área, recomendo investir e se aperfeiçoar especialmente em quatro competências: técnicas, tecnológicas, gerenciais e comportamentais (habilidades socioemocionais). Elas devem ser as colunas de sustentação da carreira que se inicia”, diz o especialista.
O campo de atuação tem se mostrado vasto e em expansão. “Ainda existem áreas pouco exploradas, como nos hospitais ou clínicas da família. Basta o estudante se preparar adequadamente para ocupar esses espaços. Áreas de estudo também vêm crescendo muito ultimamente, como a neurociência do exercício e a imunologia do exercício, assim como gestão, marketing e empreendedorismo. A profissão evoluiu muito. E, segundo dados da IHRSA, apenas menos de 10 milhões de brasileiros frequentam academias. Está claro que esse mercado tem tudo para crescer entre outros inúmeros ambientes de trabalho em que o profissional de Educação Física pode atuar, além das academias”, analisa o Prof. Dr. Ercole Rubini, especialista em fisiologia do exercício, mestre em Educação Física, doutor em ciências do exercício e do esporte e pesquisador.
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Enquanto o diploma não sai
Todo estudante de nível superior deve buscar se diferenciar. É na universidade que ele começa a construir o profissional que vai ser no futuro. “Primeiro deve escolher a sua instituição de ensino superior pelo currículo, seriedade, corpo docente e oportunidades que ela pode proporcionar. E sua postura deve ser exemplar desde o primeiro dia de aula. Minha recomendação é que aproveite todas as chances que surgirem no curso: participe de um grupo de iniciação científica, seja monitor de pelo menos uma disciplina (se sua IES não oferecer essas oportunidades e não for possível alterar esse quadro, busque uma outra que ofereça), assista todas as aulas e palestras, seja pontual, estude muito para se destacar positivamente durante o período”, ensina Rubini.
A relação aluno-professor também é essencial e pode abrir muitas portas ao longo da vida. “Independentemente de o professor atuar no mercado ou não, crie laços, cultive bons relacionamentos. Isso impacta a memória do mestre. E diante de uma oportunidade, é muito provável que ele pense naquele aluno dedicado. O trabalho em Educação Física é uma relação socioafetiva”, completa Costa.
Mas o estudante não deve se limitar ao que acontece dentro da escola. É essencial participar de cursos, palestras, seminários, congressos e, quando chegar o momento, fazer estágios em instituições sérias e com professores renomados. Um estudante de nível superior deve ler muito – e não apenas livros e textos recomendados no curso, mas também artigos científicos.
Em relação a atuar na área enquanto se frequenta a universidade, isso só é possível na forma de estágio. Bons estágios muitas vezes são pagos, mas também são concorridos, têm prova de seleção e exigem que se estude muito.
“Importante: um estagiário nunca pode ficar sozinho com o beneficiário. A presença do profissional responsável ao lado é obrigatória. Na hora de escolher o estágio, veja sempre o currículo do profissional responsável e o programa de estágio antes, para não cair em armadilhas, perder tempo e até comprometer seu futuro profissional”, recomenda o professor Rubini.
Para trabalhar na área, o curso deverá estar totalmente concluído e o registro profissional no conselho efetivado.
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Que caminho seguir?
Existem muitos locais e funções que o profissional recém-formado pode buscar ou exercer. “Se durante a formação foi construído um diferencial, provavelmente ele já estará direcionado para o que deseja. Se for do curso de bacharelado poderá atuar em academias, hospitais, clínicas, estúdios, clubes, condomínios, centros de pesquisa, entre outros. Se for da licenciatura, em escolas”, resume Rubini.
Com um pouco mais de experiência e conhecimento será possível empreender e buscar ser o dono do próprio negócio – seja com atendimento personalizado, montando um estúdio ou algo diferenciado. “Existe uma carência de estúdios especializados em obesos, cardiopatas, diabéticos, idosos, neuropatas entre outras oportunidades, apesar da alta prevalência desse tipo de indivíduo e da relevância do exercício físico para essa população”, ressalta o mestre.
Para o professor Marcelo Costa, o interessante é diversificar. “Combinar um trabalho fixo, para garantir um pouco de segurança, com algumas ações empreendedoras é uma boa estratégia. Quanto mais abrangente for a atuação, mais se descortinam novas oportunidades.”
Dicas essenciais dos especialistas
– Ao se formar e obter o diploma e o registro, o profissional de Educação Física deve continuar estudando e se especializando na área em que pretende trabalhar.
– Toda e qualquer graduação é básica e generalista e uma boa pós-graduação Lato Sensu é o próximo passo na formação. Um profissional de nível superior não pode parar de estudar e deverá sempre participar de cursos, palestras, congressos. E ter a humildade de sempre buscar aprender mais para se preparar melhor.
– As participações em eventos, como os da IHRSA Fitness Brasil, são ótimas oportunidades para novos aprendizados, networking e relacionamento nas diversas áreas da Educação Física.
– É importante buscar referências para se inspirar e seguir. E, se possível, contar com a ajuda de um mentor para orientações e sugestões.
– Manter uma postura diferenciada e procurar a ajuda de profissionais se quiser divulgar sua marca como profissional de nível superior da área da saúde em sites ou redes sociais.
– Com o tempo, o bom profissional poderá ser indicado por outros profissionais da área da saúde que se tenha parceria (como médicos, psicólogos e nutricionistas) e pelos seus próprios alunos, que testemunharão sua seriedade, postura e competência.
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