Por Mauro Guiselini, colunista Fitness Brasil
Estamos Vivendo Mais. E para começar, compartilho o conceito de longevidade: particularidade ou característica de longevo; que está relacionado com a duração da vida, quanto tempo um indivíduo vive depende de vários fatores.
Parece algo inimaginável, mas os números não mentem. No século passado, as pessoas viviam muito menos. Veja a média de idade do tempo de vida com o passar do tempo:
1950 – 1955: 46,5 anos
1995 – 2000: 65 anos
No Japão: 80,8 anos
A boa notícia é que a expectativa de vida está aumentando em todo o mundo, inclusive no Brasil que, por muito tempo, foi considerado um “país jovem”. No período compreendido entre 1991 e 2007 a expectativa de vida do povo brasileiro passou de 67 para 73 anos.
A classificação da categoria de idade também mudou. Alguém que, após os 60 anos, era considerado idoso, hoje é considerado adulto de meia idade. Veja a nova classificação:
Adulto | 22-44 |
Adulto meia idade | 45-64 |
Idoso-jovem | 65-73 |
Idoso | 75-84 |
Idoso-idoso | 85-99 |
Idoso velho | >100 |
Em Busca da Fonte da Juventude
A lenda sobre a Fonte da Juventude nasceu há séculos, por volta de 700 A.C., provavelmente no norte da Índia, mais especificamente como um poço hindu da juventude. A fonte da juventude – que segundo a lenda possui águas capazes de rejuvenescer a pessoa que a beber –, até agora não foi descoberta. Como retardar o processo de envelhecimento tem sido objeto do desejo de milhares de pessoas e motivo de estudo por parte de pesquisadores de várias áreas da saúde.
Se você tem 60 anos de idade, é importante considerar que precisa se preparar para viver 20 ou 30 anos mais. É um grande desafio, ou seja, viver mais, porém melhor, com qualidade, vigor, energia e disposição.
São inúmeros os tratamentos e programas antienvelhecimentos que combinam medicamentos, exercícios, psicoterapias e cirurgias, todos com o objetivo de fazer com que o ser humano envelheça o mais tarde possível. Um elemento chave da longevidade – que está relacionado com a capacidade de viver além da expectativa de vida considerada, para muitos, normal – é o seu estilo de vida. Uma combinação de hábitos e atitudes saudáveis que ajudam a desenvolver capacidades funcionais e prevenir o aparecimento precoce de doenças crônico degenerativas, causadoras de mortes precoces.
Conforme mostrado na literatura, os Longevos da Zona Azul (os habitantes de Okinawa, no Japão, por exemplo) são extremamente ativos – participam diariamente de atividades físicas vigorosas – laborais, artesanais, com trabalho ou lazer. Isto significa que as atividades moderadas e vigorosas, realizadas ao longo do dia, tem um importante papel na manutenção da saúde e, em especial, na prevenção de doenças
Os geriatras e outras pessoas que trabalham com idosos saudáveis (acima de 75 anos) identificam características e hábitos que estão associados com uma longa sobrevivência. Vejamos os hábitos saudáveis que são mais presentes entre os idosos longevos, que determinam o tão desejado estilo de vida saudável:
Cuidado com a saúde: os exames preventivos são realizados periodicamente; fazem parte da rotina, entendem a necessidade da prevenção de doenças.
Moderação: as pessoas que “vivem muito” têm moderação como denominador comum em sua vida, incluindo dieta, trabalho e atividade física.
Flexibilidade: os “duradouros” têm muita flexibilidade psicológica, a qual implica na capacidade de dobrar, mas não quebrar, aceitar as mudanças e evitar hábitos rígidos.
Desafios: os “duradouros” aceitam desafios, criam, se necessário, e aceitam uma vida que se torne muito fácil. Mas, quando os desafios se tornam muito grandes eles dizem “muito bem” e buscam uma alternativa.
Alimentação equilibrada: os “duradouros” têm uma atitude despreocupada com relação à sua saúde. Eles comem uma grande variedade de alimentos, não fazem restrições a determinados tipos de alimentos – inclusive os que contêm gordura – e não estão excessivamente concentrados em eliminar itens tais como colesterol. Eles são moderados no uso do álcool e alguns fumam outros não.
Relacionamento: os “duradouros” gostam de outras pessoas e mantêm um interesse em contatos contínuos com amigos e familiares. Eles estão felizes com o casamento.
Autoimagem: os “duradouros” mantêm uma autoimagem positiva; eles reconhecem os efeitos da idade avançada e planejam como divertir-se em cada fase da vida. Eles compreendem que a vida compreende o tornar-se velho, então se preparam para envelhecer com alegria.
Estilo de vida ativa: “os duradouros” participam de rotinas diárias que requerem atividade e encontram razão para serem socialmente e fisicamente ativos. O envolvimento em trabalhos caseiros propicia o ritmo e a atividade que muitos necessitam.
Cultivam a espiritualidade: estão envolvidos com um propósito, valores e significado da vida bem definidos, independentemente da crença religiosa.
Ainda não encontramos a tão desejada “Fonte da Juventude”, porém, hoje, com muita segurança sabemos que o maior propósito é Viver Mais e Melhor, aproveitar o tempo de vida para ter momentos agradáveis ao lados daqueles que amamos, enfim Viver a Vida com Alegria.
Espero que tenha gostado do artigo e compartilhe essas informações com mais pessoas. E deixo aqui ainda algumas sugestões de leitura sobre o tema:
Curso Treinando o Idoso: um programa de exercícios práticos para a longevidade saudável
Suposto Segredo da Longevidade
Epidemiologia do envelhecimento
Prof. Dr. Mauro Guiselini é licenciado e mestre em Educação Física pela USP. Doutor em Ciências do Movimento Humano na UNIMEP. Tem especialização em Fitness Leadership pela American Fitness Aerobic Association, Fitness Specialist for Older Adults, Biomechanics of the Resistance Training e Personal Fitness Specialist no The Cooper Institute – Dallas. Tem 54 anos de experiência atuando como professor universitário, personal trainer, gestor, professor de aulas coletivas, técnico esportivo e professor na área escolar. É autor de 38 livros e 16 vídeos relacionados à educação física infantil, cardiologia, obesidade, atividade física, saúde treinamento e avaliação multifuncional. É diretor do Instituto Mauro Guiselini de Ensino e Pesquisa
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