Os incentivos devem vir do berço. Mesmo bebês devem ser apresentados aos movimentos. Especialistas dão dicas para ajudar alunos, filhos, sobrinhos a gostarem do exercício
Yara Achôa, Fitness Brasil
11/10/2023
Movimento é vida! Atividade física é importante para qualquer pessoa – inclusive crianças e bebês. Isso porque fortalece os músculos, condiciona o sistema cardiorrespiratório, favorece o desenvolvimento motor, cognitivo, social afetivo e moral. Também melhora o equilíbrio, ajuda a ter noção espacial, auxilia no desenvolvimento do raciocínio lógico e na tomada de decisões. “A atividade física estimulada desde cedo representa uma grande oportunidade para a criação de hábitos saudáveis – e isso aumenta as chances de manter esses hábitos durante toda a vida”, explica Paula Toyansk, gerente nacional Acqua e Kids da Bodytech Company e especialista em aprendizagem motora.
Profissional de Educação Física, pós-graduado em motricidade infantil, criador do sistema de treinamento progressivo e multidisciplinar Montanha System, Alexandre Tarso, o Montanha, diz que as habilidades motoras fundamentais e as capacidades físicas devem ser estimuladas desde o período adaptado (de duas semanas à um ano de idade), até os anos habilidosos no período da adolescência. “Habilidades motoras como rastejar, as quadrupedias, caminhar, correr, saltar, rolar, trepar, chutar, arremessar e receber, entre outras habilidades esportivas, proporcionam melhoria incrível na função orgânica e mental, aperfeiçoando também a mecânica corporal e a comunicação social, prevenindo ainda as disfunções hipocinéticas (doenças ligadas ao sedentarismo)”, completa o especialista.
“Podemos começar os estímulos em casa com bebês, mas a partir dos três anos a criança já pode começar a frequentar uma escola de esportes para um maior estímulo”, diz Ana Célia Osso, supervisora do CAD do Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo.
Confira a seguir importantes dicas dos especialistas para incentivar os pequenos a gostar de atividade física e manter esse hábito por toda vida!
1. O exemplo vem de casa. “Pais, mães, irmãos mais velhos, todos são modelos para a criança. Se ela vê que seus cuidadores ficam 100% do tempo livre deitados no sofá, em frente a uma tela, a tendência será reproduzir esse comportamento”, alerta Paula Toyansk. “Independentemente de a criança ter ou não um clube para frequentar, sempre sugerimos que, antes de os pais apresentarem os eletrônicos, ofereçam uma bola ou uma bicicleta – e interajam com o filho. As escolas de esportes de clubes e escolas podem vir depois”, completa Ana Célia Osso. Ofereça um ambiente seguro e estimulante, com brinquedos e materiais adequados a cada faixa etária e participe da atividade.
2. O universo dos super-heróis é uma ótima maneira de motivar as crianças. “Imitando seus heróis favoritos, elas podem reproduzir movimentos ‘atléticos ou de artes marciais’ e assim, de forma lúdica, se exercitam sem perceber”, explica Alexandre Tarso.
3. Frequente a pracinha do bairro ou a área de lazer do prédio. “Com os brinquedos do parquinho, é possível criar um circuito ‘militar’ e marcar o tempo para que a criança possa se esforçar mais e, assim, ‘quebrar o próprio recorde mundial'”, sugere Tarso, lembrando que os pais devem vibrar para estimular a vitória dos filhos.
4. A atividade física deve ser prazerosa. “É importante que os pais deixem a criança experimentar diferentes atividades e observem o que mais gostam de fazer, com quais mais se identificam. E sempre tenha cuidado de não impor nada. O exercício não deve ser obrigação. A ideia é estimular e despertar o interesse da criança, dando autonomia para ela se expressar”, ensina Paula Toyansk.
5. Deixe um dia livre para que os pequenos brinquem e se desenvolvam sozinhos. “É importante respeitar as idades e não antecipar a ida para os esportes específicos. O ideal é que até os 10 anos as crianças façam atividades físicas voltadas para o desenvolvimento motor geral e não específico”, reforça Ana Célia, do Clube Pinheiros.
6. Busque o equilíbrio. “Não é saudável a criança passar o dia inteiro em frente às telas, mas ela também não pode ter uma agenda extremamente cheia de compromissos e atividades – isso inclusive pode comprometer o engajamento, a produtividade e até gerar sobrecarga emocional no pequeno”, explica Paula Toyansk. A atividade física deve estar na rotina, mas a especialista também sugere reservar um tempo livre para as crianças explorarem o mundo, o espaço, o corpo, para que façam escolhas independentes e experimentem sensações.
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