A Buckler Fit chegou ao mercado em meados de 2023 e recebeu investimentos iniciais de R$ 2 milhões
Por Marcos Bonfim, Revista Exame (reprodução)
31/1/2024
A busca por hábitos mais saudáveis foi reforçada no pós-pandemia de Covid-19 quando as pessoas perceberam que a adoção de atividades físicas pode trazer ganhos diversos para a saúde e o bem-estar. Enquanto os feeds das redes sociais pipocam de pessoas correndo, andando de bike ou fazendo treinos em academias, um grupo de empresários transformou o momento em oportunidade de negócios.
Capitaneados por Mario Calfat, profissional com mais de 10 anos no mercado de importação e exportação, eles criaram a Buckler Fit, uma marca de equipamentos para academias que nasceu com investimentos iniciais de 2 milhões de reais.
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A ideia começou a ser nutrida antes mesmo da pandemia, mas se concretizou mais para o fim da crise sanitária.
Segundo dados do Panorama Setorial Fitness Brasil, o país só perde para os Estados Unidos no número de centros de atividades esportivas, mercado dominado pelas academias.
O Brasil tem pouco mais de 29.100 unidades contra 41.300 dos Estados Unidos. No total, a estimativa é de que a indústria fitness no Brasil movimente acima de R$ 12 bilhões por ano, conforme os números de 2021.
Como foi a criação da empresa
O executivo paulistano é sócio da Prime importação e exportação, empresa especializada na comercialização B2B de produtos de viagens, como malas e mochilas, e da Cajumar Empreendimentos e Participações, um negócio de construção de condomínios no interior de São Paulo.
Para a criação da Buckler, Calfat convidou Rafael Romeu, sócio e diretor de vendas, com quem detém 75% de participação no negócio, e ainda Stevan Justo, ex-coordenador global de marca da Avon, e Hebert Andrade, dono de uma rede de academias e da Staffe Soluções Fitness, especializada na manutenção de equipamentos fitness.
Em atuação desde meados do ano passado, a Buckler bebe dos aprendizados no mercado de importação e exportação. A partir de participação em feiras internacionais, os sócios fecharam acordos de exclusividade com fornecedores dos Estados Unidos e da China para a criação dos produtos, todos fabricados em operações no país asiático.
No portfólio estão esteiras, anilhas, barras e máquinas que trabalham com diferentes grupos musculares. Nos primeiros seis meses, a operação faturou R$ 10 milhões. O tíquete médio do negócio fica em torno de R$ 1 milhão por academia.
Um diferencial da Buckler, defende Calfat, é que todos os produtos são exclusivos. “Eu não podia trabalhar com um produto que todo mundo tem porque eu preciso formar o meu preço. Eu não vou trabalhar com uma commodity”, afirma. Segundo o executivo, a busca foi por equipamentos que oferecem maior suporte e sustentação para a realização dos treinos, além de durabilidade.
Outros atributos estão relacionados à entrega e montagem dos equipamentos. Com conhecimento sobre rotas e portos pelo país, os sócios conseguem alinhar os melhores trajetos para que os produtos cheguem no tempo adequado, umas das dores do setor.
“Nós conhecemos casos no mercado de academias que quebraram antes de abrir porque não houve clareza na comunicação e os produtos não foram entregues”, diz Calfat.
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Qual é o futuro do negócio
Mas a postura da empresa é se posicionar para além dos produtos em si. Com os sócios oriundos de mercados diversos – logística, vendas, marketing e manutenção -, o apelo usado pela marca para crescer no mercado é o da entrega de serviços complementares, como uma espécie de consultoria, contribuindo na estruturação da comunicação, marketing e até no desenvolvimento da arquitetura.
Nesta fase inicial, esses serviços são oferecidos no modo degustação e bonificados pela empresa. A partir do meio do ano, devem passar a contribuir para a receita da empresa.
A expectativa é de que Buckler registre um faturamento na casa dos R$ 40 milhões neste primeiro ano de operação completa, abarcando os 12 meses. Por ora, a empresa tem entrado em academias menores, mas a ambição é entrar em redes com grande capilaridade pelo país.
A depender da demanda, os números, assim como os pesos da academia, podem ganhar uns dígitos a mais. Um suplemento deve entrar nos próximos meses para reforçar a estratégia de expansão, um cheque com valor entre R$ 2 e R$ 4 milhões, para investimentos em aumento de time, estratégia de marketing e patrocínios a eventos do mercado fitness.
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