Por Luis Carlos de Oliveira, colunista Fitness Brasil
Olá, amigos Profissionais de Educação Física.! Me dirijo assim, pois escrevo especialmente a vocês, mantendo meu compromisso inicial de facilitar a aproximação e comunicação mais fluida com os demais profissionais da área da saúde. De modo que possamos desenvolver o tão decantado trabalho multiprofissional em qualquer dos ambientes onde estejamos inseridos.
Bem, muitas são as ações que podem ser desenvolvidas em conjunto com os demais profissionais de saúde – cada um dos profissionais da equipe multiprofissional atuando na sua respectiva área, com seus respectivos instrumentos e estratégias de intervenção.
Porém, uma vez que todos têm um objetivo em comum a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, em vários momentos estas ações e estratégias terão que se conectar. Assim, o conhecimento básico comum deve ser compartilhado entre estes profissionais para que o melhor resultado seja de fato alcançado. Ou seja, ao trabalharem juntos, devem estar falando a mesma língua, ou um entender o que o outro está falando e porque está tomando aquela atitude e realizando tais procedimentos.
Mediante a esta necessidade, a base de conhecimento deve também ser a mesma. O conhecimento dos conceitos básicos da área da saúde comum aos diferentes profissionais envolvidos, promoção da saúde, prevenção de doenças ou até o tratamento em alguns casos, precisa ser naturalmente comum a todos. Portanto, o profissional que quiser conversar, discutir procedimentos ou estratégias de ação com colegas da área, necessita dominar alguns termos comuns.
10 termos mais frequentemente utilizados entre os profissionais da saúde
Compartilho conceitos e definições básicas de forma simples e objetiva, diferenciando inclusive conceitos que, por vezes, tidos como sinônimos, dizem respeito a aspectos distintos: Epidemia e Pandemia e o novo conceito de Sindemia; Incidência e Prevalência; Morbidade e Mortalidade entre outros.
– O Conceito de Saúde: em 1.947 a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”.
– Doença: é um conjunto de sinais e sintomas específicos que afetam um ser vivo, alterando o seu estado normal de saúde. O vocábulo é de origem latina, em que “dolentia” significa “dor, padecimento”.
– Epidemia: é quando ocorre um aumento no número de casos de uma doença em várias regiões, mas sem uma escala global.
– Pandemia: Segundo a Organização, pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença e o termo passa a ser usado quando uma epidemia se espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa.
– Sindemia: adotou-se o conceito de “sindemia” como processo de interação sinérgica entre duas ou mais doenças, no qual os efeitos se potencializam mutuamente. Foram discutidas as três principais tipologias de interação sindêmica: epidemias mutuamente causais; epidemias interagindo sinergicamente; e epidemias causais em série.
– Epidemiologia: é a ciência que estuda a distribuição e os determinantes dos problemas de saúde (fenômenos e processos associados) em populações humanas”. É a ciência básica para a saúde coletiva.
– Prevalência: refere-se ao número de casos de uma doença em uma população, durante um período específico. Ela determina o número total de casos de uma doença em uma dada população e o impacto que isso tem na sociedade, levando em consideração casos antigos e novos.
– Incidência: é o número de casos novos da doença que iniciaram no mesmo local e período. Traz a ideia de intensidade com que acontece uma doença numa população, mede a frequência ou probabilidade de ocorrência de casos novos de doença na população.
– Mortalidade: é a variável característica das comunidades de seres vivos; refere-se ao conjunto dos indivíduos que morreram num dado intervalo do tempo. Representa o risco ou probabilidade que qualquer pessoa na população apresenta de poder vir a morrer ou de morrer em decorrência de uma determinada doença.
– Morbidade: é a variável característica das comunidades de seres vivos, refere-se ao conjunto dos indivíduos que adquirem doenças (ou determinadas doenças) num dado intervalo de tempo em uma determinada população. A morbidade mostra o comportamento das doenças e dos agravos à saúde na população.
É importante que se saiba que desde 2021 a OMS considera o Sedentarismo, ou a inatividade física ou a falta da atividade física, como uma doença. Inclusive com Código Internacional de doenças CID, próprio: o sedentarismo é uma doença, com CID 10 Z72. 3.
Conhecimento para somar
É bom deixar claro que em nenhum momento existe a pretensão de uma invasão de área ou apropriação de setores que não nos dizem respeito. Muito pelo contrário, meu objetivo é proporcionar os Profissionais de Educação Física condições de participar ativamente dos grupos multiprofissionais de saúde, (Médicos, Fisioterapeutas, Nutricionistas, Psicólogos, Enfermeiros Terapeutas Ocupacionais, Biométricos) e tantos mais que atuam no setor saúde. Seja no serviço público de saúde, em clubes esportivos, empresas, academias ou quaisquer ambiente onde o trabalho em equipe seja a tônica para o alcance dos objetivos do grupo no que se refira a saúde, bem-estar e qualidade de vida das pessoas e toda a nossa sociedade.
É evidente que o fornecimento de meia dúzia de termos comuns da área de saúde não irá lhe conferir o conhecimento necessário para discussões mais profundas e específicas.
Também há a necessidade de leituras mais específicas. Você conhece a The Lancet, JAMA, New England Journal, Prenventive Medicine ou mesmo a mais popular da nossa área Medicine Science Sports Excercice – MSSE? Pois então meus amigos, para quem quer atuar com excelência como Profissional da Area da Saúde e ser respeitado pelos seus pares, precisará beber destas fontes.
E não é nada difícil, basca conhecer o cominho das pedras. Não perca minha próxima coluna, quando irei desvendar os mistérios do acesso ao conhecimento científico da área da saúde para vocês.
Até a próxima!
Fotos: Adobe Stoke
Prof. Me. Luis Carlos de Oliveira é formado em Educação Física pela Escola Superior de Educação Física de São Caetano do Sul; Mestre em Educação Física; Doutorando em Educação Física e Saúde, Membro Diretor do CELAFISCS; Instrutor de Pesquisas em Ciências do Esporte; Coordenador do Projeto Internacional ISCOLE – Obesidade Infantil Ambiente e Estilo de Vida; Coordenador dos Cursos de Pós–Graduação da USCS/CELAFISCS; Professor da TREVISAN – Escola de Negócios; Assessor técnico-científico do Programa Agita São Paulo – Secretaria de Estado da Saúde; Membro da comissão organizadora do Simpósio Internacional de Ciências do Esporte
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