Levantamento da Sport England revela avanço no setor fitness, com crescimento entre os mais velhos, pessoas com deficiência e destaque para o ressurgimento da corrida entre mulheres
Por Redação FitBR News | HCM Magazine (*)
25/4/2025
O relatório anual Active Lives Adult Survey 2023-2024, divulgado pela Sport England, traz um dado histórico: o maior número de adultos fisicamente ativos desde o início da pesquisa, em 2015. De novembro de 2023 a novembro de 2024, 63,7% da população adulta da Inglaterra — cerca de 30 milhões de pessoas — atingiu a recomendação mínima de 150 minutos de atividade física moderada por semana, segundo os parâmetros dos chefes médicos do Reino Unido. É um avanço de 1,6% em relação ao ciclo anterior e de 2,4 milhões desde 2016.
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O setor de academias e centros fitness se destacam nesse cenário. Segundo o estudo, a participação em atividades de ginástica cresceu de 13,2 milhões em 2016-2017 para 14,2 milhões atualmente, superando até os impactos negativos da pandemia. O número de adultos inativos também caiu, com cerca de 477 mil pessoas a menos nessa condição.
Desigualdades persistem, mas há avanços
Apesar dos números positivos, o relatório também mostra que desigualdades estruturais continuam presentes. Apenas 43,7% dos adultos com duas ou mais características de desigualdade (como baixa renda, deficiência, entre outros) são fisicamente ativos, contra 74,3% daqueles sem essas características.
No entanto, há sinais de progresso. A proporção de pessoas com múltiplas características de desigualdade que declaram se sentir satisfeitas com a prática de atividades físicas aumentou 3,5% no último ano. Pessoas com mais de 55 anos também mostraram avanços importantes: a taxa de atividade física nesse grupo cresceu de 51% para 58%, o que representa 2,5 milhões de pessoas a mais.
Especialista aponta resultados positivos
Em entrevista à HCM Magazine, Nick Pontefract, diretor de estratégia da Sport England, comentou os resultados:
“É um momento muito positivo. Temos o maior número de adultos ativos desde que começamos a pesquisa. Isso reflete o trabalho consistente do setor, além de tendências sociais como o envelhecimento da população ativa e uma maior consciência sobre saúde e bem-estar.”
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Pontefract também destacou a eficácia da estratégia Uniting the Movement, lançada em 2020, que tem como objetivo tornar o esporte mais acessível e inclusivo.
“O crescimento veio principalmente dos grupos mais velhos, o que mostra o impacto positivo do nosso foco nessa população. As pessoas estão mais conscientes da importância de se manter ativas para viver mais e com mais qualidade”, disse Pontefract em entrevista à HCM Magazine.
A recuperação dos esportes coletivos também foi destacada, com 3,4 milhões de praticantes — próximo do pico registrado há oito anos. A natação se manteve estável em 4,2 milhões, apesar de uma queda de 700 mil desde 2015/16, possivelmente influenciada pelo fechamento de piscinas durante a crise energética.
A corrida também está em alta, com uma tendência clara de crescimento nos últimos 12 meses: o número de praticantes no Reino Unido subiu em 300 mil, totalizando 6,5 milhões de corredores. Esse movimento tem sido fortemente impulsionado pelas mulheres, que lideram o ressurgimento da modalidade. Segundo o relatório, correr sempre foi uma atividade com apelo social e de estilo de vida. “Há um elemento de tendência e um lado social. Também há bons equipamentos de corrida disponíveis agora, e tudo isso cria um impulso e incentiva mais pessoas a participar”, explica Pontefract.
O que ainda precisa melhorar
O relatório identificou queda na prática de “active travel” (como caminhar ou pedalar para o trabalho), e estabilidade na adoção de atividades de fortalecimento muscular — incluídas recentemente nas recomendações oficiais de saúde.
“Ainda estamos no início da jornada para educar o público sobre a importância do fortalecimento muscular. Essa é uma mensagem que precisa ganhar mais força”, disse Pontefract.
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Líderes de entidades do setor britânico de atividade física comentaram os resultados com otimismo, mas cobraram investimentos mais robustos do governo.
“Estamos prontos para impulsionar a saúde e o crescimento econômico do país. O governo precisa reconhecer o valor do nosso setor”, declarou Huw Edwards, CEO da ukactive.
Para Lisa Wainwright, da Sport and Recreation Alliance, o momento pede um “plano estratégico ambicioso” e mais recursos públicos.
Panorama geral
- 25% da população adulta (11,8 milhões) faz menos de 30 minutos de atividade física por semana.
- A prática de corrida subiu para 6,5 milhões, com destaque para a participação feminina.
- A natação se manteve estável, mas segue abaixo dos níveis pré-crise energética.
- A prática de esportes coletivos quase voltou aos níveis de 2015.
- A prática de ciclismo registrou a pior marca em sete anos.
- Apenas 44% dos adultos cumprem a meta de duas sessões semanais de fortalecimento muscular.
Confira o relatório completo aqui
(*) Por Kath Hudson. Conteúdo traduzido e adaptado de HCM – Fitness, Health, Wellness
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